Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal

São dois nomes incontornáveis da cena eletrónica e do hip hop, sobejamente conhecidos pelas suas atuações energéticas e pelas produções repletas de talento. Cruzfader e Stickup dão vida ao projeto Dynamic Duo, que anda imparável e tem percorrido o país em grandes eventos. Durante o Rock in Rio Lisboa, o Portal 100% DJ teve a oportunidade de estar à conversa com a dupla, onde ficámos a saber algumas curiosidades e novidades para o futuro.

 

Com tantas atuações a nível nacional e internacional, como é que vocês têm tempo para os vossos projetos paralelos?
Stikup: Vou dizer uma coisa que parece uma bocado estranha. Nós viemos de uma ‘escola’ chamada turntables, que te dá bastante técnica para se fazer tudo a nível de produção e mistura. O scratch é uma coisa que se ganha, treina-se e tem um complemento totalmente diferente dos outros tipos de DJs. Nós conseguimos fazer isso, conseguimos conciliar tocar aqui hoje, amanhã outro estilo, depois outro e ainda estar a produzir. É um bocadinho por aí. Ajuda-nos bastante.
 
Como é a reação do público aos vossos sets, recheados de hip hop nacional e internacional, que é muito habitual nas vossas atuações?
Stikup: É um complemento. O Cruzfader é o pilar do hip hop dos Dynamic Duo.
Cruzfader: Cada atuação é diferente e cada caso é um caso. Por vezes experimento tocar hip hop e não pega e aí vimos que neste caso será mais música eletrónica, mais comercial.
Stikup: Basicamente, eu acho que esse vai ser o futuro do DJ, ser uma pessoa, que não toque só uma linha de música. Eu vejo isto a longo prazo porque as pessoas cada vez mais estão “come e deita fora”, o chamado consumo rápido. E acho que o DJ já é isso. É aquele DJ que toca tudo, que o faz bem porque também não é fácil tocar todos os estilos musicais.
 

(...) as pessoas cada vez mais estão “come e deita fora”, o chamado consumo rápido.

 
Vocês conseguem observar esse aspeto logo no início das atuações?
Stikup: Não. Dynamic Duo é um projeto 100% freestyle. Se for uma Queima das Fitas como a de Coimbra, nós levamos algo já estruturado ou se for algo diferente usamos mais o microfone, o que conta também bastante hoje em dia, mas usamos muito o freestyle.
Cruzfader: Também tem a ver com o line-up do evento. Se for um cartaz com mais artistas de hip hop, obviamente que o público vai estar mais virado para esse estilo. Se há um cartaz mais virado para o kizomba e outros artistas, vai ser um set mais comercial. A leitura do cartaz em si indica mais ou menos como irá ser o set. Nos primeiros 10 a 15 minutos consegue-se ver o que o pessoal quer ouvir.
Stikup: Muitos DJs não têm noção disto. Como me disse sempre o Cruzfader, “os primeiros 15 minutos são a tua marca”. 
Cruzfader: Outra coisa importante que nós fazemos é criar picos de subida e descida dentro do nosso estilo musical. Por exemplo, quando tem de subir, passa-se por uma coisa mais afro, não propriamente hits. Às vezes o balanço da música, o bpm em si, chama pelo público. Depois vamos contornando. É muito importante fazer a gestão do set, que não é só disparar as músicas: é saber coordena-las com o público para criar um ambiente com altos e baixos.
 
Alguma vez pensaram atuar no Rock in Rio Lisboa?
Cruzfader: Sinceramente, não. Quer dizer, como dupla já me passou pela cabeça aquela vontade.
Stikup: Havia uma vontade mas nunca me passou pela cabeça vir ao Rock in Rio. Tem mais a ver connosco o MEO Sudoeste. Mas o Rock in Rio é o início.
 
O que representa esta atuação para vocês?
Cruzfader: Representa um reconhecimento da nossa rádio, a Mega Hits.
Stikup: Nós estamos aqui muito por causa da Mega Hits. É preciso referir isso. E também é certo que o Rock in Rio também tem a sua parte de dizer vai ou não vai. Por isso é um reconhecimento das duas partes.
 
Para quando um tema original dos Dynamic Duo?
Cruzfader: Não sabemos. Estamos sempre a produzir e a fazer coisas mas ainda não veio essa parte.
 
Que projetos pretendem desenvolver agora a curto prazo?
Stikup: Eu tenho um projeto novo com o Kking Kong, que trabalha com o Branko dos Buraka Som Sistema e com o Sensi, o irmão do Fred dos Orelha Negra, que se chama KNS, ou seja Kanalhas e estamos a vir aí com um registo mais trap, de música mais urbana, mais bass music. Temos os nossos projetos a solo.
Cruzfader: Estamos muito em estúdio, sempre a trabalhar.
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sábado, 12 setembro 2015 22:46

Alok: "O meu berço foi a música eletrónica"

Chama-se Alok e é um dos nomes da atualidade da música eletrónica brasileira, que mais destaque tem alcançado a nível internacional com atuações no Rock In Rio Las Vegas e em várias edições das famosas festas das cores Happy Holi. Depois de ser considerado como o DJ e produtor mais popular da terra do carnaval pela House Mag, o artista estreou-se em Portugal na edição de Cascais da Where’s The Party by Carlsberg. O Portal 100% DJ esteve à conversa com Alok numa entrevista exclusiva, acompanhada pelas filmagens do seu novo documentário, onde os temas destacados na mesma foram a sua carreira, o nosso país e o cenário da música eletrónica no Brasil.
 
 
O facto dos teus pais serem DJs influenciou a tua escolha desta profissão?
Com certeza. Eu nasci neste meio eletrónico. O meu berço foi a música eletrónica e os meus pais inspiraram-me muito e ainda inspiram.
 
Porque decidiste criar a tua própria editora “Up Club Records”?
Porque acho que há muitas pessoas talentosas por aí e muitas vezes não conseguem demonstrar o seu trabalho, porque não se conseguem encaixar ou adequar-se ao formato das editoras. A editora é aberta para todos os tipos de criatividade - o que importa é a criatividade, nós não rotulamos nada. É mais uma porta e uma oportunidade para as pessoas poderem mostrar o seu trabalho e não serem influenciados pelas editoras a criar a música que eles querem.
 
Que novos talentos tens debaixo de olho?
Há muito bom talento. É o caso de um rapaz chamado Illusionize - ele está a “rebentar”. Existe também o Dazzo, ele já toca há muitos anos, mas está agora a ter destaque. Também comecei a ver vários nomes novos que nunca tinha ouvido falar e vou fazer o lançamento. Possivelmente irei divulgar no melhor momento, depois de toda a parte burocrática, contrato, etc…
 

A editora é aberta para todos os tipos de criatividade - o que importa é a criatividade, nós não rotulamos nada.

 
Tens viajado em digressão por quase todo o Brasil. Qual é a tua visão do cenário da música eletrónica no país?
No Brasil, estamos a viver agora um momento de maior ascensão. Começamos a apercebermo-nos que as crianças hoje estão muito inseridas na música eletrónica e isso é algo inédito, porque anteriormente as pessoas só se inseriam na música eletrónica a partir dos 18 ou 19 anos.
 
Nos últimos meses, o Brasil tem recebido grandes e importantes festivais de música eletrónica, como é o caso do Tomorrowland, onde também atuaste. Qual foi a sensação de estar na cabine do Main Stage, daquele que é considerado o melhor festival do mundo?
Foi a realização de um sonho e não poderia ter sido melhor. Realmente foi o melhor gig da minha vida. Abriu portas a muitas coisas positivas na minha carreira, e bem... o Tomorrowland é um fenómeno, não é? Fiquei muito feliz por fazer parte desse palco e dividi-lo com grandes nomes.
 
Tencionas atuar na edição da Bélgica?
Este ano não, somente no TomorrowWorld, nos Estados Unidos da América.
 
Sabemos que o teu nome significa luz. Consideras a luz uma fonte de inspiração para as tuas produções?
Nunca tinha parado para pensar, mas pode-se dizer que sim.
 
Foste considerado pela House Mag como o DJ número 1 do Brasil. Com que sentimento recebeste essa distinção?
É curioso porque em todos os outros anos eu nunca tinha entrado. E na minha estreia, foi logo em primeiro lugar. Eu sei que há muitas pessoas muito boas no Brasil também, pela qualidade e até pessoas com mais técnicas que eu, só que de repente faltou um pouco de acreditar em si mesmo entendeu? E eu sempre acreditei, colhi frutos e acabei sendo... Os meus números falam muito alto, como o voto é de popularidade e não há juízes por trás, o DJ mais popular do Brasil hoje sou eu.
 
 
A tua vinda mais cedo para Portugal, deu para conheceres um pouco do nosso país?
Sim, eu dei uma volta por vários sítios e estou apaixonado. É muito porreiro.
 
Tencionas voltar?
Com certeza. Quero voltar e quero comer muito aqui nos restaurantes porque foi a melhor comida que comi na vida.
 
Como descreves a atuação no Where’s The Party em Cascais? Superou as expetativas?
Para ser sincero foi muito difícil... A minha sonoridade, no meio da “EDM” é muito mau para mim. Mas faz parte e nós temos que estar preparados para tudo. Criei muitas expectativas, uma ideia na minha cabeça e acabou por ser mais difícil do que eu imaginava. Nem tudo é assim tão fácil - o que é bom, porque saí da minha zona de conforto, que no Brasil para mim é tudo mais fácil, logo foi um desafio também.
 
Que artistas portugueses de música eletrónica conheces?
O Diego Miranda apenas.
 
Que projetos tens para desenvolver a curto e longo prazo?
A curto prazo vou lançar o meu álbum e a editora. Estamos também a produzir o documentário da minha vida que acho que vai levar um a dois anos para estar no ar, ou seja um projeto a longo prazo.
 
Vais fazer campanha este ano para o Top 100 da DJ Mag?
Estamos a fazer uma campanha muito forte. O ano passado nem apostámos muito e fiquei em 117º lugar.
 
Acreditas portanto na tua estreia no Top 100?
Vamos ver, acredito que sim.
 
Que mensagem queres deixar aos leitores do Portal 100% DJ?
Quero agradecer por me terem recebido tão bem aqui e quero voltar mais vezes, esperando que da próxima vez não me coloquem entre dois DJs de EDM, mas sim no horário certo.
 
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Com apenas 20 anos, Danny Avila é uma das grandes promessas da música eletrónica a nível mundial. Foi considerado como "Artista Revelação" por vários órgãos de imprensa especializada como a MTV, Billboard e Vicious Magazine e tem o apoio de Tiësto, com quem já trabalhou várias vezes. O Portal 100% DJ entrevistou o artista espanhol no Nosolo Água em Portimão, na “Where’s The Party by Carlsberg” no passado dia 1 de agosto, antes da sua atuação. Nos bastidores do evento, Danny Avila falou-nos sobre a sua carreira, o nosso país, a música eletrónica em Espanha e sobre o Top 100 da DJ Mag.

 
 
Gostas de Portugal?
Adoro Portugal! Ainda não atuei muito por cá, na verdade esta é a segunda. O ano passado foi em Cascais, na mesma festa, que foi incrível.
 
O que conheces do nosso país?
A verdade é que não conheço muito. Apesar de ser de Espanha, mesmo aqui ao lado, é certo que ainda não atuei muito em Portugal, mas o pouco tempo que estive aqui tem sido uma experiência muito boa.
 
Como consideras a música eletrónica em Espanha?
Agora está num bom momento. Há uns quatro ou cinco anos quando comecei a ganhar mais notoriedade e nessa altura a dance scene não estava tão boa como agora, mas nos últimos dois anos tem ganho uma boa forma.
 
Que diferenças encontras entre o público português e espanhol?
Não muitas. A cultura é parecida e no final todas as pessoas que saem querem dançar e passar um bom momento.
 

Um artista internacional tão grande que se interessa pelo teu trabalho e que te apoia é incrível.

 
O teu pai também foi DJ. Esse facto revelou-se numa inspiração para ti?
Não diria uma inspiração. Eu por exemplo, quando comecei, tinha dois technics do meu pai quando era mais novo e curioso e tinha milhares de vinis. Passava muito tempo a ouvir todos os vinis que ele reproduzia há muito tempo.
 
Tiësto afirmou que vais ser a próxima “mega-estrela”. Qual é a sensação de uma lenda da música eletrónica dizer isso de ti e do teu trabalho?
Na verdade, é incrível! Tiësto, desde que comecei, sempre foi uma grande inspiração. Tive a oportunidade de, pouco a pouco, trabalhar mais com ele, principalmente nos últimos dois/três anos e é incrível. Um artista internacional tão grande que se interessa pelo teu trabalho e que te apoia é inacreditável.
 
 
Para o futuro, que projetos estão previstos para a tua carreira?
Agora os projetos mais importantes que tenho passam pela minha própria residência no Pacha Barcelona todas as segundas-feiras, com a minha festa que se chama “More”, onde atuo praticamente toda a noite com música diferente. Não é só Progressive, mas um pouco mais de Tech House e outros géneros diferentes de música. Estou muito feliz porque o Pacha é uma excelente marca a nível mundial. Em relação a produções, o meu próximo lançamento será em setembro, uma colaboração com Tujamo, pela Spinnin' Records. Depois tenho outro tema a sair pela Playbox Music.
 
Quem achas que vai ser o número 1 do Top 100 da DJ Mag este ano?
Todos os anos é a pergunta que se faz a todas as pessoas mas nunca se sabe. Acredito que o Top 100 da DJ Mag é uma incógnita.
 
Que mensagem queres deixar aos leitores do Portal 100% DJ?
Quero agradecer a todos os que me seguem e a todos os portugueses. Estou encantado por voltar aqui mais um ano e o recinto é espetacular e muito bonito. Quero voltar muitas mais vezes a Portugal!
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Com o setor paralisado devido à pandemia de Covid19, um grupo de profissionais da área do entretenimento decidiu reunir-se e criar, desta feita, a Associação Portuguesa do Entretenimento. Com objetivos claros, este novo movimento associativo pretende representar profissionais a custo zero e já tem iniciativas pensadas para serem desenvolvidas a curto prazo.  Nesta entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ, falámos com Ricardo Silva, representante e Presidente da Associação, onde nos explicou a quem se destina a APENT e alguns dos projetos pensados, em particular de apoio aos DJs e produtores de música eletrónica.
 
O que é a APENT e a quem se destina?
A APENT - Associação Portuguesa do Entretenimento é uma Associação sem fins lucrativos, criada para representar todo o setor profissional do entretenimento. Desde músicos, DJs, empresas e profissionais do audiovisual, performers, agentes culturais, artísticos e turísticos, produtores e organizadores de eventos, etc. Não pretendemos deixar ninguém de fora, no entanto, excluímos áreas como o teatro, cinema e televisão visto serem áreas com especificidades diferentes das que levaram à criação desta Associação.
 
Quais foram as motivações que levaram à criação da Associação? 
Todos nós falamos dos problemas, dificuldades, falta de representatividade do setor e ausência de soluções durante muito tempo e apesar de haver várias Associações ou Movimentos, são todos demasiado específicos, com pouca representatividade associativa ou com interesses adjacentes a pequenos grupos profissionais. Devido a esta situação pandémica que atravessamos e devido a tudo o que mencionei, seria a altura certa para a constituição de uma Associação onde não houvesse qualquer outro interesse (daí a ser sem fins lucrativos) que não seja o de dotar os profissionais do setor - os associados - de meios que possam fazer face às dificuldades imediatas que a pandemia trouxe e podermos falar a uma só voz com o Governo, instituições e organizações que tutelam ou têm influência no papel fundamental que desempenhamos para o país e para os portugueses. 
 
Quem são as pessoas que compõem a Direção da Associação? 
Não é segredo nenhum e será do conhecimento de todos. Somos mais de uma dezena de profissionais do setor, desde músicos, agentes, produtores e organizadores de eventos, brand managers, etc., e não pretendemos nenhum protagonismo. A Associação é e será dos associados e todos com os mesmos direitos e deveres. Os sócios fundadores são apenas um grupo que tomou a iniciativa porque alguém a precisava de ter. Não somos diferentes de nenhum associado. Entramos com um espírito de missão, dando o nosso contributo que tem sido extremamente exigente e será numa fase inicial devido a tudo o que envolve a criação de uma associação, capacitá-la de uma estrutura física, logística e com capacidade financeira para ser sustentável, sendo a mesma sem fins lucrativos, sem capitais próprios e regida pelas regras, legislação e fiscalização do associativismo. Estatutariamente e para se poder constituir uma Associação, alguém teria de avançar. Foi este grupo que teve iniciativa e disponibilidade, mas após o primeiro mandato somos obrigados pelas regras do associativismo a efetuar eleições e seguir a legislação própria. Além disso duvido que algum dos órgãos sociais pretenda continuar porque o trabalho que estamos e iremos ter, condiciona a nova vida pessoal e profissional. Estamos todos aqui com espírito de missão e esperamos que depois do nosso primeiro passo, haja outros que o continuem em prol de todos nós.
 
Não havendo investimento e sendo sem fins lucrativos, como estão a pensar gerir a Associação? 
É essa a pergunta chave e seguramente um dos motivos para nunca ter surgido uma Associação com estas características. De momento, são os órgãos sociais que estão a custear todas as despesas e obviamente sem qualquer tipo de retorno ou apoio porque a Associação não tem verbas. As verbas de qualquer Associação resultam da quotização dos sócios que ficará suspensa até o sector ter retomado a atividade normal, dos apoios que eventualmente possam surgir por parte das entidades públicas, de donativos e de projetos e atividades próprias que possam executar. Como referi, é esta equipa que está a custear, contribuir e irá trabalhar para que possamos ajudar e deixar um legado para todos os associados do sector. 
 
Já há projetos e iniciativas pensadas? 
Sim, inúmeras. Apesar da constituição da Associação só aparecer agora, este é um trabalho que tem meses e já temos inúmeras iniciativas pensadas, programadas e imenso trabalho feito, além de parcerias, contactos, protocolos e benefícios programados para todos os associados.
 

Para os DJs e produtores de música eletrónica, além dos benefícios gerais, está a ser desenvolvido um projeto que irá trazer um incremento direto nos seus rendimentos (...)

 
Pode revelar alguns? 
Serão todos revelados com a transparência que uma Associação é obrigada a ter. Algumas revelações que posso deixar, visto estarem concluídas ou em fase de conclusão,w, tais como seguros de vida e acidentes de trabalho que são obrigatórios para exercer a atividade, através de descontos ou atribuição direta, apoios sociais porque ninguém irá passar fome numa fase em que não tem rendimentos ou viu reduzida a sua atividade, disponibilidade direta de inúmeros produtos ou serviços com descontos ou diretamente, apoio em projetos próprios onde a Associação ajuda os associados a desenvolver ou criar, acesso a instalações culturais ou da própria sede que pretendemos seja um espaço multiusos aberto para todos aqueles que o queiram usar e muitos outros que estamos a preparar e iremos dando conta à medida que vamos tendo desenvolvimentos. Volto a referir que a Associação é dos associados e só faz sentido se estiver sempre disponível e acessível aos profissionais do setor. Inclusive qualquer iniciativa, projeto ou ideias que os associados tenham ou pretendam realizar em nome da Associação e em prol do setor, haverá total disponibilidade e abertura para poderem realizar ou contribuir no que entenderem. 
 
Especificamente para os DJs há alguma coisa pensada? 
Para os DJs e produtores de música eletrónica, além dos benefícios gerais, está a ser desenvolvido um projeto que irá trazer um incremento direto nos seus rendimentos e que a seu tempo será revelado. O setor abrange várias áreas com especificidades diferentes e queremos trazer para discussão o que os profissionais de cada área pretendem para que todos juntos possamos encontrar soluções, sendo que um dos problemas principais está relacionado com a ausência de legislação sobre a profissão. Um dos pontos que teremos todos de discutir será o de encontrar uma forma de que apenas os DJs possam executar o serviço que lhes compete e não qualquer pessoa com um software ou hardware que o faça ilegalmente. Com isto não estou a falar de se criar pagamentos de licenças, "inventar" carteiras profissionais ou um novo imposto em cima do que os DJs já fazem através das suas contribuições ou dos pagamentos que quem os contrata já faz nos seus espaços ou eventos que realiza, mas sim algo similar ao que existe noutros países onde a profissão de DJ é reconhecida como qualquer outra. Será um dos imensos assuntos a debater e terá de ser com o contributo dos associados, porque serão eles a decidir qual o melhor caminho e a Associação apenas fará o que os associados pretendem porque é deles a Associação. 
 
Quando é que haverá mais informações e como se podem inscrever na Associação? 
Estamos neste momento em fase final da constituição da Associação (já autorizada) e temos mais uns dias para concluir alguns processos pendentes com o Ministério da Cultura que é quem tutela o setor e por inerência a Associação e os seus associados. As inscrições já se encontram abertas no site www.apent.pt (sem joia ou pagamento de quotas) para os novos associados, sendo que temos já cerca de 5 mil associados que vão "migrar" de outras associações.  A melhor forma de estarem a par de todas as novidades é seguirem a nossa página de Facebook onde iremos atualizando as informações. Aproveito, desde já, para agradecer ao Portal 100% DJ pelo apoio que tem dado na promoção e divulgação desta área especifica do nosso sector. 
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É um dos jovens talentos da música eletrónica nacional e um dos mais reconhecidos na sua terra natal: os Açores. Depois de ter alcançado a posição número 21 do Top 30 de 2016 do Portal 100% DJ e de subir ao palco do RFM SOMNII, a redação esteve à conversa com o artista sobre a sua carreira e o futuro da mesma.
 
 
Em 2014 recebeste uma Medalha de Mérito na área da Cultura e Juventude do Município da Praia da Vitória e em 2016 ficaste na posição número 21 do TOP 30 do Portal 100% DJ. O que representam para ti estas distinções? Influenciaram a tua carreira?
É sempre bom ser valorizado pelo trabalho que desenvolvemos, onde para mim, a principal distinção é o reconhecimento do público e estes prémios são o reflexo disso. Ser considerado um artista consagrado na minha região foi uma das maiores conquistas que obtive. Cresci artisticamente a ouvir a expressão “santos da casa não fazem milagres’’ e a verdade é que no início senti isso na pele, tal como a maioria dos artistas, seja em qual área. É preciso trabalhar e insistir, e muitas vezes, ser reconhecido primeiro ‘lá fora’ para depois ser valorizado por cá. Não posso dizer que tenha sido assim comigo, pois sempre senti o carinho dos meus e sempre me preocupei em criar uma ‘fan base’ sólida antes de me lançar para outros patamares, mas obviamente que se acaba por estar no centro das atenções após conquistar algo além da tua região. E esta medalha de mérito reflete um pouco os dois panoramas: o trabalho e as conquistas fora da região e o carinho do público e o reconhecimento das instituições locais. E claro, não podia estar mais contente por isso. Recentemente, com a distinção no TOP 30 do Portal 100% DJ, senti que este carinho e este reconhecimento era maior do que eu esperava quando entrei na posição número 21 e claro, estou grato por todo o apoio do público. Para mim estas distinções deram-me motivação extra e a responsabilidade de entregar mais e melhor trabalho ao público que me acarinha e consequentemente deu-me a oportunidade de subir a outros palcos que sempre desejei.
 
Fala-nos do teu mais recente single e do seu feedback junto do público.
Tem surpreendido o público pela positiva. Muitas pessoas não associaram à primeira o tema ao meu trabalho desenvolvido no passado enquanto artista. E isso é bom, era algo que pretendia, surpreender e mostrar ao público que me conhece simplesmente como DJ ou mesmo pela componente de produtor do chamado EDM, que sou e que tenho desenvolvido muito mais artisticamente para além disso. Tenho-me preocupado pouco em fazer música para a pista de dança, mas sim para as pessoas. Eu no meu dia a dia ouço de tudo um pouco, considero-me uma pessoa eclética musicalmente e não só. Acho que este tema é o resultado disto. Penso que este tema reflete uma maturidade musical e pessoal e as pessoas aperceberam-se disso. O tema tem uma forte influência do universo Pop e RnB desde os acordes de guitarra à voz do TonyB, com bases rítmicas que vão do Trap, influenciado pelo Hip Hop que ouço constantemente às sonoridades tropicais e sintetizadores eletrónicos. Ou seja, acabo por concentrar todas as minhas influências no processo criativo e de composição do tema desde o início.
 
Dizem que o público dos Açores é imparável. Quais são as principais diferenças entre o público do continente e dos Açores
Sem dúvida que é! É um público que vibra connosco e que sente toda a energia que lhes é transmitida do palco. Ao mesmo tempo é um público atento e diversificado, num só festival ou evento há uma variedade enorme de gostos musicais. Pode ser um público difícil de se agarrar, mas depois disso está garantida a festa! Principalmente nas camadas mais novas vê-se muitos “die-hard fans” que seguem os artistas para todas as ilhas e festivais da região e que vibram com toda a energia na frontline. Não me posso queixar de forma alguma, adoro todos os fãs que vibram e vêm falar comigo após o espetáculo. É por eles que faço e continuo a fazer o que faço. São os maiores! Em relação a diferenças de público, não há públicos melhores nem piores. Acho apenas que com a oferta enorme que há de eventos no continente e festivais hoje em dia, acaba-se por encontrar públicos muito específicos em Portugal Continental, quando nos Açores é um público um pouco mais vasto em termos de gostos e idades devido à menor oferta de eventos ao longo do ano. No continente quando sou convidado para certo festival ou evento, já tenho uma ideia do que tocar ou o que resultará melhor na pista. Nos Açores é sempre uma surpresa, o que acaba por ser interessante e desafiante.
 

Sempre quis explorar outras vertentes do que é um espetáculo

 
Que novidades podes desvendar acerca da tua carreira nos próximos meses?
Este Verão apresentei pela primeira vez o meu live show. Era uma ideia que já tinha à algum tempo. Sempre quis explorar outras vertentes do que é um espetáculo e achei estar preparado para o fazer. Juntamente com um baterista, guitarrista e MC, fui disparando versões ao vivo dos meus singles e vários edits e remixs, com a ajuda dos músicos que os iam interpretando. Quero continuar a explorar esta vertente nos próximos meses e ando também a preparar um DJ set mais completo e dinâmico com visuais, desde videomapping, luzes e efeitos. Quero também continuar a desenvolver a comunicação perto dos fãs e tentar chegar a outros palcos e cidades por onde ainda não passei. Para além disso estou já a trabalhar nos próximos singles, a tentar trazer algo diferente e fresco do que tenho desenvolvido. O trabalho está a ser feito, portanto veremos o que o futuro nos reserva.
 
Que balanço fazes da “Fall Tour”, que incluiu uma atuação no RFM Somnii na Figueira da Foz?
Super positiva! Foi um verão repleto de datas, de novos palcos, novos locais e a receção foi sempre calorosa. Uma das coisas que me deu mais prazer foi as pessoas reconhecerem os meus singles, principalmente a nova música que lancei este ano, a “Fall”, não há melhor sentimento que vermos as pessoas reconhecerem e cantarem a música que fizemos ao longo de meses de trabalho e dedicação. Tocar no RFM Somnii foi mais um sonho tornado realidade! Tocar e estar ao lado de nomes como Tiësto e Armin van Buuren numa das maiores beach partys da Europa é uma sensação única.
 
De que forma é que lançar um tema numa editora de prestígio como a Vidisco pode ajudar uma música a alcançar o sucesso?
Infelizmente, não basta fazer boa música nos dias de hoje. Cada vez mais é preciso planeamento, marketing e acima de tudo networking para fazer a tua música chegar às pessoas. Apenas colocar a música nas nossas redes sociais e em plataformas como Soundcloud estamos a limitar em muito o nosso target e o potencial do tema. Muitas vezes, a música está pronta para lançamentos, mas temos de ser pacientes e perceber o que está em volta do business por de trás de uma indústria criativa e artística como a música. Traçar um plano de marketing, ter uma boa distribuidora, uma boa editora, fazer uma boa comunicação, ter uma boa assessoria, faz com que o potencial do tema seja exponencial. Editar por uma editora reconhecida e conseguir um bom acordo de publishing foi o que sempre tentei fazer com a minha música. Afinal de contas, estamos a ‘entregar’ o nosso trabalho de meses e anos a alguém.
 

Fico sempre surpreendido com a tranquilidade e humildade no backstage daqueles que dão os show mais energéticos em palco.

 
Embora com uma curta carreira, já tiveste contacto com inúmeros artistas internacionais. Qual ou quais os que mais te surpreenderam e porquê?
Felizmente já tive a honra de partilhar o palco com alguns dos maiores artistas internacionais do momento. Fico sempre surpreendido com a tranquilidade e humildade no backstage daqueles que dão os show mais energéticos em palco. Falo de nomes como Borgore, Tony Junior, R3HAB, Bl3nd, que dão tudo em palco, mas que ‘behind the scenes’ são super tranquilos e têm tudo controlado desde horas de descanso e refeições. Afinal de contas, são artistas que vem de tours internacionais muitas vezes com um imenso desgaste físico e psicológico.
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores e seguidores do Portal 100% DJ?
Primeiro que tudo, um muito obrigado! Que continuem a apoiar a música eletrónica e os artistas portugueses. E que quem deseja, um dia, fazer carreira da música eletrônica que não desista dos seus objetivos, mas que esteja preparado para muito trabalho, sacrifício e, acima de tudo, persistência. Por fim, não posso deixar de agradecer ao Portal 100% DJ por tudo o que tem feito por todos nós na divulgação do melhor que se faz por cá na música eletrónica!
 
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Thomas Gold está de regresso a Portugal para uma atuação única que acontece esta noite no Arraial de Engenharia no Palácio de Cristal, no Porto. Depois do grande sucesso internacional “Alive”, o DJ e produtor alemão lança agora o seu mais recente single “Tumbler” e esteve à conversa com o Portal 100% DJ. Nesta entrevista, além da sua carreira musical, o artista deixou ainda conselhos para os novos talentos e falou sobre o país que o recebe como nenhum outro.
 
Fala-nos sobre a tua mais recente faixa “Tumbler”, editada pela Armada Music.
“Tumbler” é mais outra faixa direcionada para clubes que eu lancei este ano, como uma espécie de seguimento a “The Chant”, que editei no verão passado. Voltei um pouco às minhas raízes musicais e é uma mistura de progressive house e tech-house com uma vibe de big room. Gosto muito deste tipo de sonoridades e vou lançar mais em breve. Isto dá-me a oportunidade de misturar a minha agenda de lançamentos com a outra, mais direcionada para a rádio pop/dance como os singles “Dreamer” ou “Magic”.
 
Que conselhos gostarias de dar aos novos talentos da música eletrónica, a nível profissional e artístico?
Sejam pacientes. Algumas coisas demoram a acontecer e podem não ser fáceis. Tem de se trabalhar muito pelo sucesso. Existem muitos bons talentos por aí e todos estão a tentar fazer alguma coisa, por isso tem de se sair do chamado ‘normal’ – ou seja, cada um criar a sua própria sonoridade, mesmo que não seja algo em grande, mas tem de ser separar o teu som da sonoridade dos outros para chamar a atenção das editoras e dos fãs de música eletrónica.
 
Que hardware e software mais essencial está presente no teu estúdio?
Um bom DAW é essencial, mas não importa que tu trabalhas em Logic, como ou, Cubase, Ableton Live ou outros. Todos dão-te a oportunidade de criar produções profissionais e têm várias e boas ferramentas de som. O mais importante para mim é saber funcionar com o software – e ser criativo – porque o software não o consegue fazer por ti.
 
A nível profissional, que desejos ainda tens por concretizar?
Eu estou extremamente feliz por já ter tido a oportunidade de atuar nos maiores festivais e palcos do mundo, como é o caso do Tomorrowland, Ultra Music Festival, EDC Las Vegas, entre outros. Já vi lugares muito bonitos pelo mundo fora, que não veria se não fosse DJ e produtor e estou muito agradecido por isso. O meu único desejo para a minha carreira é eu continuar a estar apto para produzir mais música e viajar pelo mundo durante mais anos.
 
O teu radioshow “Fanfare” é transmitido um pouco por todo o mundo, incluindo Portugal. Qual é o verdadeiro objetivo deste radioshow?
O objetivo principal é mostrar aos meus fãs e aos amantes de música o que há de mais recente nas produções de dança e direcionadas para clubes todas as semanas – e obviamente estar mais perto dos meus fãs! Assim, se não conseguirem ir às minhas atuações, podem me seguir desta forma, através do radioshow.
 
Até agora, quais foram os melhores parceiros de cabine?
Não existe um melhor parceiro até agora. Já atuei com muitos e grandes DJs e conheci excelentes pessoas durante as minhas performances. Mas não consigo escolher apenas um.
 
O que Portugal significa para ti?
Em Portugal sou sempre muito bem recebido, por pessoas muito amistosas. Há também boas festas e comida muito deliciosa! Amo a comida vinda do mar!
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores e seguidores do Portal 100% DJ?
Quero agradecer a todos pelo apoio e amor que tenho recebido! Portugal é um grande local para se estar e atuar e eu estou muito feliz por voltar!
 
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Diego Miranda volta a marcar presença no maior evento de música eletrónica à escala planetária. Falamos, obviamente, do festival Tomorrowland, que se realiza nos próximos dois fins-de-semana em Boom, na Bélgica. O DJ e produtor português marcará presença no palco "Generation Smash" no dia 26 de julho, sexta-feira, ao lado de artistas como Bassjackers, Chuckie e ainda a dupla Wolfpack. 

Este ano a responsabilidade é acrescida, pois será o único artista a representar Portugal no festival. "É o meu quarto ano consecutivo no Tomorrowland, por isso sei bem o peso dessa responsabilidade. Infelizmente este ano sou o único português a representar o nosso país o que me deixa bastante triste, até pelos milhares de portugueses que vão estar no evento" confessa Diego Miranda ao Portal 100% DJ.

Um dia depois, a 27 de julho, sábado, Diego viaja diretamente para o Porto, concretamente até ao Parque Oriental da Cidade, local que irá acolher a estreia do Unite With Tomorrowland, que irá recriar o espírito do evento belga sob o tema "Amicorum Spectaculum". Além de Portugal, este evento irá também decorrer em simultâneo em Espanha, Grécia e Malta. Por transmissão via satélite, podemos assistir às atuações de Vini Vici, David Guetta e Dimitri Vegas & Like Mike. Ao vivo, estarão na cabine os DJs Alok, Martin Solveig, Robin Schulz, Carnage, Diego Miranda e Miguel Rendeiro.

Nestes dois eventos em particular, Diego Miranda confessa-nos que espera que o público se divirta ao máximo. "Trabalho com emoções e por isso quero ver o público feliz." Além de muita música nova a solo o DJ português irá ainda apresentar colaborações.

Entre tours pelo mundo e lançamentos de singles, Diego vive um momento alto e incomparável da sua carreira. A semana passada e a convite de Dimitri Vegas & Like Mike atuou no conhecido Ushuaia em Ibiza, e próximos meses podemo-lo encontrar no Rock In Rio Brasil e na Madeira. Entretanto ainda este ano regressa à Ásia em tour. "But the Best is Yet to Come" remata o artista português atualmente posicionado em 2.º lugar no TOP 30 da 100% DJ.
 
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Com um percurso musical de 20 anos, Massivedrum é detentor de uma das mais sólidas carreiras a nível nacional no que à música de dança eletrónica diz respeito. O seu tempo divide-se entre o DJing e a produção musical, entre remixes e originais que tem a possibilidade de os lançar nas suas duas editoras. O seu mais recente tema chama-se “Hero” e conta com a colaboração com uma das maiores vozes da house music: Shawnee Taylor. Com várias presenças no estrangeiro, não só em clubs como também em grandes festivais, é um nome que figura constantemente nas playlists de rádios e DJs de todo o planeta, elevando desta feita o seu estatuto profissional.

Em entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ, Massivedrum fala na primeira pessoa sobre a sua carreira, as faixas produzidas, opina sobre o cenário atual da música eletrónica e revela pormenores interessantes dos próximos trabalhos que tem na manga.

 

Existe algum segredo para deter uma carreira sólida com quase 20 anos?
Eu penso que existe e tem vários nomes. Trabalho árduo, sacrifícios, dedicação, mas também uma característica muito importante: amar incondicionalmente o que se faz e ser fiel à sua arte e identidade. 
 
Quais as principais mudanças que marcaram estes teus últimos anos de carreira?
Penso que os meus últimos anos de carreira foram marcados pela mudança de um Massivedrum adolescente para um mais adulto. Mudei muito musicalmente. Passei a preocupar-me muito mais com a musicalidade das minhas produções do que há uns anos atrás, em que pensava única e exclusivamente na pista. Hoje em dia penso muito mais no que a faixa pode provocar no íntimo das pessoas, na sua longevidade e acima de tudo, na sua musicalidade. Acho que é algo que acontece com o tempo, com naturalidade.  
 
Quais são as três melhores palavras que a definem?
Trabalho, sacrifício e dedicação.
 

Passei a preocupar-me muito mais com a musicalidade das minhas produções do que há uns anos atrás (…)

 
Qual foi a música que mais prazer te deu a produzir e porquê?
É uma questão um pouco ingrata. Tenho várias. Costumo destacar a “Fingerprint”, porque foi uma faixa produzida para exteriorizar alguns fantasmas e sentimentos negativos que assolaram a minha vida na altura. Foi uma época que tive bastantes problemas e dificuldades e foi naquela faixa que me refugiei. É um exato espelho do meu estado de espírito na altura. Foi um grito de revolta. Depois, existe o remix que fiz para os Kentphonik, “Hiya Kaya”, que recordo-me que 90% das pessoas a quem disse que iria fazer o remix oficial, me aconselharam a não fazê-lo. Bem, segui o meu instinto e em conjunto com o DJ Fernando fizemos o que ficou ao ouvido de todos. Deu-me bastante prazer. Este ano, a faixa em conjunto com a Shawnee Taylor passou a fazer parte deste lote. Era um sonho antigo. Encheu-me o coração!
 
O teu novo tema “Hero” tem a participação de uma das maiores vozes da house music, Shawnee Taylor. Como surgiu esta colaboração?
Bem, eu passo a semana em estúdio, ora a produzir remixes, ora a produzir originais. Esta colaboração surgiu de um instrumental que tinha, e tanto eu como o meu agente achámos que poderia agradar à Shawnee. O contato foi feito, ela pediu para ouvir e o resultado está à vista. Foi algo muito natural. Para mim não muito, pois senti-me um miúdo com cinco anos a quem dão doces! 
 
Alguns dos temas cantados por Shawnee Taylor, como “Live Your Life” ou “Devontion”, influenciaram esta tua nova produção?
Não, pois como respondi antes, o instrumental já existia. Produzi porque o senti naquela altura assim. Não tinha um propósito, poderia até ter sido aproveitado para um remix. Mas, eu e o meu agente sentimos algo nele e como a Shawnee era um desejo antigo, avançou-se dessa maneira.
 
 
Já remisturaste temas para grandes nomes como Bob Sinclar, Axwell ou Chus & Ceballos. Há algum segredo ou uma regra a ser respeitada quando se faz um remix para um artista?
Eu por norma não sigo. Há duas maneiras de editar remixes. Ou o artista te contrata para o fazeres ou fazes e envias para o artista. Existem sim, diferenças entre estes dois casos. No primeiro, o artista contrata-te porque a tua sonoridade no momento agrada-lhe e ele quer um remix teu dentro desse estilo. No segundo caso, fazes algo que sentes, mesmo sendo diferente do que te carateriza e envias para o artista. Se ele gostar, edita. Felizmente tem-me corrido bem nos dois casos.
 
Em 2013 escreveste na crónica "From a Paradise Called Portugal", para o Portal 100% DJ, que a crítica especializada dizia que era 'in' ouvir um disco de dança nacional. Achas que no futuro vamos dançar ao som de um disco de dança português com orgulho?
Quero acreditar que sim. Foram realmente tempos que deixam saudades. A união artística era fantástica e conseguiu-se mesmo isso. Quando entrava uma faixa nacional, era a loucura, um orgulho. Acredito que isso será possível de novo, mas muito terá de mudar no panorama musical nacional. Há um longo caminho ainda a percorrer.
 
Quem consideras a grande revelação da música eletrónica nacional e internacional?
Se olharmos para os nomes fortes da dance scene nacional, já nenhum é revelação. Não sei quem é ou será, a grande revelação, mas quem for, será numa altura complicada. A nível internacional, apareceram muito bons artistas neste último ano, mas por norma não gosto de destacar ninguém, pois o que para mim interessa é a música num todo. Destacar alguém num estilo pode negligenciar outro alguém num estilo diferente. Para mim, distinções nesta arte, que é tão vasta, são um pouco injustas.
 
No teu entender existe união e respeito na música eletrónica em Portugal? O que mudarias?
Tenho uma frase muito simples para esse assunto: Menos queixas, mais trabalho. Mais respeito, mais valores morais. Se tudo isto existisse, a união, o respeito e a valorização global apareceriam naturalmente. É um assunto delicado porque em Portugal, a própria indústria não é saudável, está corrompida e quando assim é, só os artistas não chegam para a mudar. 
 
Atualmente és tutor de duas editoras. O que te levou à criação das mesmas?
Foi algo que acho que é natural num DJ/Produtor. Havia muita música minha que eu não conseguia editar. Assim, criei uma label minha, a NewLight Records. Acabava por poder editar o que me apetecesse e era algo que podia servir para expandir o meu nome. Na altura não esperava que viesse a ter nomes tão sonantes como Blasterjaxx, D-Rashid, Bryan Dalton, Carlos Silva, Rancido, Praia Del Sol, Mavgoose & Quinn entre tantos outros. Cheguei a ter releases que foram número um em França, Bélgica e Holanda. O que começou com muita descontração acabou por se tornar num caso sério. Recentemente abri uma sub-label, mais virada para o Deep-House, Tech-House, Future House, etc. Recebia muitas promos boas mas que não encaixavam na linha da NewLight, por isso, decidi abrir a sub-label.
 
Em conjunto com Dan Maarten, assinas um novo radioshow da Mega Hits intitulado “The Future Is Now”. Na tua visão como vai ser o futuro da música eletrónica?
Penso que é difícil prever o futuro de algo que pode evoluir a cada hora. A música eletrónica desde o seu início estava “condenada” a andar de braço dado com a evolução. O conceito deste radioshow, tal como o nome indica “Future Is Now”, é tentar mostrar o que poderá vir a ditar o futuro, mas é sempre uma incógnita. Na minha opinião, a indústria vai dar uns passos atrás, pois perdeu-se muito o conceito musical na música de dança. É preciso recuar para moldar um futuro que possa semear nas gerações futuras a ideia de que sim, ainda vale a pena estudar e aprender a tocar instrumentos…
 

A indústria vai dar uns passos atrás, pois perdeu-se muito o conceito musical na música de dança.

 
Que novidades podes revelar sobre o futuro da tua carreira?
Em termos de djing, este ano vou voltar à Holanda e ao seu grande festival de verão, o Latin Village. Vou marcar presença também num grande festival em Toulouse, França, num cartaz que conta com nomes como The Cube Guys, Franky Ricardo, Gregor Salto, Roul & Doors, entre outros. Também já muito em breve, estarei no Sumol Summer Fest e a já obrigatória passagem pelos grandes festivais do nosso paraíso, os Açores. Em termos de produção, tenho remixes a sair em breve para as lendas do French-House, os Superfunk, que este ano vão atuar no Tomorrowland. A par do remix, temos também uma colaboração em mãos. Vou editar também o remix para o super-clássico dos Hardsoul com Ron Carroll, “Back Together”. Quanto a originais, já estou a trabalhar o “follow up” single desta minha colaboração com a Shawnee Taylor, “Hero” e tenho para breve a edição de um tema na Safe Music dos Deepshakerz. Mas acima de tudo, continuar a trabalhar, pois é isto que me faz feliz.
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores do Portal 100% DJ?
Que continuem fiéis a este fantástico portal, pois está sempre em cima do acontecimento. Conteúdos muito ricos e informação séria são as principais qualidades. Queria também deixar uma mensagem de apelo para que consumam mais música electrónica nacional, pois temos muita qualidade. E um obrigado a todos que seguem o meu trabalho! 
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Pertence à lista restrita de protegidos de Hardwell e vai estar em Lisboa a 5 de Março próximo para tocar no MAIN, apenas dois dias antes do mestre chegar a Lisboa com a sua tour “I Am Hardwell - United We Are”. A 100% DJ falou em exclusivo com Joey Dale que nos fez algumas revelações em primeira-mão!

 

Acabas de editar “Zodiac/Gladiator EP” pela Revelead Recordings do Hardwell que está a correr bem nas tabelas de vendas. Qual é a história por detrás destes dois temas?
Produzi o “Zodiac” poucos dias antes de ir tocar ao Tomorrowland. Toquei no sábado e aproveitei o gig para estrear o tema, - há festa melhor para testar um tema do que o Tomorrowland? -, o público adorou e eu fiquei muito feliz com a reacção. O “Gladiator” foi produzido alguns dias depois de voltar do Tomorrowland. Senti-me tão inspirado naquele fim de semana que queria fazer música que fosse forte e melódica ao mesmo tempo. Foi dessa inspiração que nasceu o “Gladiator”!
 
Hardwell é um grande apoiante da tua música, e incluiu a vossa colaboração em “Arcadia” no seu novo álbum, “United We Are”. O que é que este apoio do DJ número 1 mundial significa para ti?
Significa tudo para mim. Sem o apoio do Hardwell eu não estaria onde estou. Ele deu-me a oportunidade de crescer e de construir uma carreira com a qual sonhava.
 
Tocaste em Portugal duas vezes, a estreia foi no palco enorme do RFM Somnii e depois regressaste para o aniversário do KURA no Bliss. Vimos as fotos e sabemos que estavas feliz, mas compreendes agora o porquê de tantos DJs internacionais gostarem de tocar no nosso país?
Sim, compreendo! Portugal tem um dos melhores públicos do mundo, a energia é fantástica! É muito fácil para um DJ ligar-se ao público e esse factor é fundamental para qualquer artista.
 
 
Apesar de já teres tocado em Portugal, 5 de Março vai marcar a tua estreia em Lisboa, o que é que sabes da nossa capital?
Honestamente não sei nada sobre Lisboa! Sei que é linda como o resto de Portugal. Estou em pulgas para chegar a Lisboa!
 
O teu palco de 5 de Março vai ser o club mais trendy e lotado da capital, o MAIN, o que estás a preparar para Lisboa?
O que quero é pôr toda a gente a dançar! Tenho a certeza que vou conseguir.
 
Vens a Portugal apenas dois dias antes da grande tour mundial do Hardwell -  I Am Hardwell - regressar a Lisboa, a 7 de Março. Vais ficar para ver o espectáculo? Estás excitado para ouvir o Hardwell tocar o “Arcadia” em Lisboa?
Sim! Vou ficar para ver o “I Am Hardwell - United We Are”. E vou cantar o “Arcadia” com toda a gente que estiver no Meo Arena!
 
Por último, o que estás a preparar em termos de novas produções?
Tenho um novo EP que vai sair dentro de algumas semanas na Revelead (e estou a fazer esta revelação em primeira-mão!) e também tenho uma remistura de “Fire In Our Hearts” a sair brevemente. Além disso estou a trabalhar numa colaboração com o Thomas Newson que está quase acabada.
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São dois nomes incontornáveis da música eletrónica mundial. Depois do término dos Swedish House Mafia, a paixão pela música não ficou por ali. Axwell e Sebastian Ingrosso decidiram juntar as suas duas carreiras de sucesso e formar o projeto Axwell /\ Ingrosso. Os artistas suecos vêm apresentar o seu novo projeto musical ao MEO Arena em Lisboa, no próximo dia 18 de dezembro, num dos eventos mais esperados do ano: a Carlsberg Where's The Party. Poucos dias antes da sua atuação em Portugal, a equipa do Portal 100% DJ esteve à conversa com a dupla, acerca de vários temas como o nosso país, o cenário atual da música eletrónica, o Top 100 da DJ Mag e, claro, fomos saber como estão as espectativas para este evento.

Além da entrevista, em baixo poderás encontrar uma infografia que retrata os 10 melhores momentos da dupla, divulgados recentemente pela conhecida revista Billboard.

 
É a vossa estreia enquanto dupla. Quais são as vossas expetativas e o que podemos esperar da vossa atuação?
Nós já viemos a Portugal em separado e adorámos. Estamos sempre a ouvir os fãs online e o amor que têm por nós é fantástico. Esta atuação já está marcada há algum tempo e mal podemos esperar para subir ao palco!
 
Axwell, qual é a sensação de celebrar o teu aniversário com os teus fãs portugueses?
É um sítio lindo para celebrar! Ter todas aquelas pessoas para celebrar em conjunto vai fazer com que aquele dia seja muito especial.
 
Vocês agradeceram a todos os fãs pelo apoio dado em relação ao Top 100 da DJ Mag, onde ficaram colocados em 17º lugar. Vocês acham que a electronic dance music precisa de mais amor e menos campanhas e competições?
O mais fantástico em relação a este assunto é que nunca pedimos a ninguém para votar em nós. Sem apelarmos ao voto, os nossos fãs fizeram questão de votar em nós. Isso tornou tudo muito especial. Nós não nos importamos com posições ou tops, o que interessa são os verdadeiros fãs que vemos à nossa frente cada vez que atuamos.
 

Às vezes são as pessoas que ultrapassam a linha as que mais impacto causam.

 
Qual é a vossa opinião acerca do cenário da música eletrónica a nível internacional atualmente?
Existe muito talento e muita energia criativa por ai. A necessidade de evoluir e fazer coisas engraçadas nunca esteve tão bem.
 
Que conselhos querem deixar aos novos produtores?
Trabalhem muito. Mesmo a sério, trabalhem até não conseguirem mais. E não se importem se têm de seguir o estilo ou o modelo de alguém. Às vezes são as pessoas que ultrapassam a linha as que mais impacto causam.
 
Que mensagem gostariam de deixar aos nossos seguidores e leitores do Portal 100% DJ?
Muito obrigado por todo o amor e apoio!

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