Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
quarta, 27 julho 2022 22:34

O funk da nova geração

Finalmente podemos fazer dançar, sem quaisquer limitações, todos aqueles que foram impedidos de o fazer durante dois anos! Confesso que já tinha muitas saudades, e pelo que sinto nos meus eventos e vejo nas redes sociais, o público também.

Os festivais estão cheios, os eventos locais estão cheios, há uma dinâmica enorme, milhares de pessoas na rua, todos os fins-de-semana. Ainda bem!

Há sem dúvida uma grande "fome" de música. As pessoas vieram para a rua, festejar, dançar, depois de dois anos em que isso não foi possível.

No entanto, estes dois anos de paragem alteraram as dinâmicas do "sair à noite" (ou à tarde). Sinto, pelo que vejo, que houve uma faixa de público que depois destes dois anos de paragem deixou de sair, enquanto uma nova geração apareceu "de repente". 

Isso está a provocar algumas alterações no funcionamento de alguns locais "clássicos" e a favorecer o aparecimento de novos espaços, direccionados para a nova geração que começou a sair agora.

E o que ouve (na sua maior parte) a nova geração que começou a sair agora? Pelo que vejo em muitos cartazes, a música brasileira, o chamado "funk brasileiro", domina os gostos da maior parte dos mais novos. 

Já actuei em alguns (poucos) locais onde antes de mim estava a tocar esse estilo de música e o que ouvi deixou-me de boca aberta... em muitos temas a letra é do mais sexista possível relativamente às mulheres, e, curiosamente, pelo que pude assistir, são elas que as que melhor sabem (e cantam) as letras, efusivamente! Confesso que fiquei baralhado...

Nesta sociedade actual onde (e bem) se luta pela defesa da mulher e onde se têm perseguido os abusos que aconteceram no passado tentando que não aconteçam no presente, ouvir a letra de alguns desses temas e ver o destaque que estão a ter, é, para mim, bastante confuso.

Obviamente que esta questão não tem nada a ver com o gosto pessoal de cada um. Nem podia ter, cada pessoa ouve o que gosta, dança o que gosta de dançar e isso eu respeito totalmente.

A minha questão é simplesmente relativa à linguagem usada na maior parte desses temas. Se por um lado há toda uma consciencialização que começou com o movimento #MeToo em revelar praticas abusivas em relação às mulheres, ao dar tanto destaque (até nas rádios) a este tipo de temas só porque "é o que os miúdos querem", não estamos precisamente a fomentar o tipo de atitudes que condenamos?

Pode-se argumentar "é simplesmente uma letra de uma canção, não significa nada" (como já me disseram), mas quando vejo vídeos das actuações ao vivo de alguns desses artistas, com toda a carga sexual que está nessas letras, será que não estão a incentivar os mais novos a fazerem o que está na mensagem transmitida por essas canções? Deixo aqui a pergunta.
 
Carlos Manaça
DJ e Produtor
(Carlos Manaça escreve de acordo com a antiga ortografia)
Publicado em Carlos Manaça
Mais um ano, mais uma edição do Amsterdam Dance Event, que decorreu na passada semana na capital da Holanda. Como é hábito, muitos foram os artistas portugueses que embarcaram na aventura daquela que é considerada como uma das maiores conferências da música eletrónica internacional.
 
O evento contou com palestras, conferências, meetings, troca de contactos entre personalidades da indústria, atuações, o Amsterdam Dance Event e ainda a cerimónia do Top 100 da DJ Mag, cujo vencedor foi Martin Garrix.
 
Von di Carlo, Club Banditz, Kura, Carlos Manaça, KEVU, Prilho, Branko, DJ Ride, Dan Maarten, Karetus, Ben Ambergen e Ewave foram alguns dos artistas portugueses que estiveram presentes no Amsterdam Dance Event.
 
 
O DJ e produtor Branko apresentou a sua editora Enchufada na discoteca Club Paradiso, em Amesterdão, ao lado de nomes como Rastronaut ou Dengue Dengue Dengue.
 
 
A semana de Kura durante o Amsterdam Dance Event foi muito agitada, a começar com a sua colocação no número 51 do Top 100 da DJ Mag de 2016, entregue durante o Amsterdam Music Festival. “Quero agradecer a todos o apoio nestas votações! A nossa bandeira vai voar cada vez mais alto!”, referiu Kura na sua página oficial de Facebook. Além de subir ao palco com Hardwell para apresentarem a nova colaboração, Kura atuou na boat party da Revealed Recordings e no espaço noturno Jimmy Woo ao lado de Julian Jordan e Jay Hardway.
 
 
Para Von Di Carlo, os dias passados no Amsterdam Dance Event foram uma “experiência fantástica”, ao lado de colegas como os Karetus e por ter sido a vencedora de uma competição de beats. O prémio selecionou a artista portuguesa para a ADE University.
 
 
Os Club Banditz também estiveram presentes na semana da música eletrónica de Amesterdão, a promover a sua carreira, música e o seu patrocínio da Monster Products. Por outro lado, Carlos Manaça esteve na capital holandesa sempre na companhia de amigos de longa data como D-Formation, David Penn e Ivan Pica, assistindo a espetáculos de verdadeira house music.
 
 
São uma das duplas revelação de 2016 e pelo segundo ano consecutivo marcam presença na ADE. Os KEVU partiram em direção a Amesterdão e passaram bons momentos com os seus colegas Olly James, Sick Individuals e Blasterjaxx. Uma das suas faixas foi reproduzida por Hardwell no Amsterdam Music Festival e a dupla teve ainda tempo de assumir a cabine da loja oficial da Don’t Let Daddy Know.
 
 
O jovem Prilho foi pela primeira vez ao Amsterdam Dance Event e teve a oportunidade de conhecer vários artistas como KSHMR e Sick Individuals. Segundo o que o artista partilhou na sua página oficial de Facebook, “o balanço foi muito positivo” e “vêm aí muitas novidades”
 
Os Karetus e DJ Ride também foram promover o seu trabalho a Amesterdão, enquanto que Ben Ambergen e Ewave tiveram a oportunidade de conhecer Hardwell pessoalmente. Ben Ambergen agradeceu ao antigo número 1 do Top 100 da DJ Mag por ter reproduzido a sua faixa “Earthquake” no radioshow “Hardwell On Air”.
 

 

Publicado em Reportagens
Nos próximos dias 30 de junho e 1 de julho, Santo Amaro (Portalegre) vai receber a XV Edição do Festival da Juventude “Pro Jovem”. Além das bandas Handmade e Boca Doce, o cartaz deste ano contempla vários artistas da eletrónica nacional bem onhecidos de qualquer noctívago, Carlos Manaça e Malasiano no dia 30 (sexta) e Diego Miranda com o jovem promessa Kratus no warm-up, no dia 1 de julho (sábado). 
 
Esta edição histórica, será mais uma vez levada a cabo por quem percebe do assunto, isto é, pela Associação de Jovens O LUPE. O espaço do evento é limitado e os ingressos poderão ser adquiridos até dia 27 de julho, junto dos promotores.
 
Publicado em Eventos
O DJ e produtor Carlos Manaça que este ano celebra 30 anos de carreira, serviu-se hoje da nova funcionalidade do Facebook - livestream - para mostrar a todos os seus seguidores, como está a ficar a tenda eletrónica do Rock In Rio, evento que regressa ao Parque da Bela Vista em Lisboa, já daqui a uma semana.
 
Em dois vídeos com cerca de um minuto e meio, o artista português faz um preview das montagens do recinto e desafia os fãs a assistirem a uma grande festa na tenda eletrónica, marcada para o dia 20, sexta-feira, onde, além do próprio, também irá atuar DJ Vibe, Octave One (Live), Conti & Leaozinho e o tão esperado DJ britânico Carl Cox.
 
Manaça apresenta ainda uma das principais novidades desta zona, uma piscina. Pela primeira vez em 17 edições, o Rock in Rio apresenta resta refrescante área onde, diariamente, serão realizadas pool parties, animadas por vários DJs. As pool parties, inspiradas nas festas míticas da cidade de Las Vegas (por onde o evento passou em 2015), decorrem nos cinco dias de evento entre as 18 e as 21 horas. Às 22 horas sobre à cabine o primeiro DJ, sendo que a última atuação termina pelas 4 horas da madrugada.
 
Nos próximos dias 19, 20, 27, 28 e 29, a Cidade do Rock vai receber milhares de visitantes que poderão assistir às mais de 100 atuações musicais, ao longo de 12 horas de festa por dia.
 
Com 200 mil metros quadrados, o Parque da Bela Vista volta a receber o Rock in Rio-Lisboa, transformando-se num parque temático de música. São cinco palcos, uma área VIP, mais de 15 espaços de restauração (incluindo algumas novidades como cozinha de autor), com diversões (como slide e roda gigante), diversos stands com ativações e surpresas das marcas para os visitantes, uma fonte e uma piscina, tudo pensado para garantir o conforto do público e experiências inesquecíveis, entre as 16 e as 04 horas (com exceção do último dia de evento, 29 de maio, com todas as atrações a começarem uma hora mais cedo).
 
Bandas, artistas, DJs, bailarinos e artistas de rua vão animar a edição que marca o término das comemorações dos 30 anos do Rock in Rio. Os bilhetes têm um custo de 69 euros e dão acesso à Cidade do Rock, a todos os palcos e todas as diversões. 
 
 
 
Publicado em Rock in Rio
A discoteca Estação da Luz, em Aveiro, vai receber no próximo dia 31 de agosto uma atuação única que promete ficar na memória dos amantes de música eletrónica presentes: um triplo back to back de Carlos Manaça, Miss Sheila e XL Garcia.
 
Os três grandes artistas portugueses vão estar numa competição saudável, uma vez que cada DJ escolhe um tema e desafia o próximo a continuar. A noite conta ainda com a atuação de Dub Tiger e Tiago Filipe, numa noite assinada pela Rebels.
 
“Quando criámos este conceito sabíamos que os rebeldes e inconformados existem um pouco por todo o mundo, por isso levar a Rebels a diferentes locais do país e do mundo significa reunir pessoas que se identificam com o espírito original do conceito: o de inquietude, rebeldia e procura incessante por música underground de alta qualidade”, revelaram Filipe Martins e Fernando Rodrigues, da equipa criativa da Rebels.
 
Recorde-se que Carlos Manaça, Miss Sheila e XL Garcia foram alguns dos artistas que fizeram parte do TOP 30 de 2018 do Portal 100% DJ.
 
Publicado em Eventos
quarta, 29 outubro 2008 18:44

Carlos Manaça em grande line up

Carlos Manaça vai participar no mega evento que se vai realizar no próximo dia 15 Novembro no Pavilhão Atlântico em Lisboa, que vai trazer a Portugal artistas Internacionais como o alemão Sven Vath, Samim, e o Americano Dennis Ferrer.

Para completar o “line-up” e alem de Carlos Manaça actuarão os Portugueses Overule, Desperados, Freshkitos e Pete Tha Zouk. Mais informaçoes em www.myspace.com/dancefactoryfest

Os bilhetes ja estão á venda.
Publicado em Artistas
segunda, 06 julho 2020 23:28

Ajuntamentos ou locais controlados?

No início de Março, quando foi publicada a minha ultima crónica para a 100% DJ, tive que escrever duas crónicas porque a primeira que enviei ficou desactualizada em dois dias. Hoje, ao ler a última que escrevi, vejo que a realidade ultrapassou tudo o que eu tinha imaginado (e escrito) nessa altura, quando acabava de ter o meu primeiro evento adiado/cancelado. O que o sector ligado à música está a viver desde essa altura, jamais me passou pela cabeça. Desde essa altura que estamos com todas as nossas actuações canceladas e sem sequer haver um plano/data de uma possível volta ao trabalho de todo um sector.

O facto de não haver sequer um plano para todo um sector que até parou, por uma responsável decisão própria, antes de ser obrigado a isso pelo governo, na minha opinião é uma situação difícil de entender. Ouvir o tom depreciativo com que o primeiro-ministro falou de todo um colectivo foi um choque para mim e certamente para todos os empresários ligados a este sector, nas suas varias vertentes. 

Ouvir o tom depreciativo com que o primeiro-ministro falou de todo um colectivo foi um choque para mim e certamente para todos os empresários ligados a este sector, nas suas varias vertentes.

 
É verdade que este vírus colocou à prova os governos de praticamente todos os países, muitas decisões foram tomadas segundo o que ia acontecendo porque não se conheciam (e ainda não se conhecem bem) todas as características deste novo coronavírus. Numa primeira fase e segundo alguns especialistas, Portugal foi um exemplo internacional porque foi dos primeiros a limitar fortemente a mobilidade das pessoas e com isso limitar muito as possibilidades de contágio. É verdade que, comparativamente com os países vizinhos, Portugal tem um número de falecidos muito menor devido a esse sucesso na primeira fase desta pandemia e que os cuidados intensivos dos hospitais Portugueses (felizmente) nunca estiveram em rotura tal como aconteceu aqui em Espanha, situação que provocou muitos mortos pela incapacidade de serem atendidos nas urgências.

Infelizmente estamos a assistir nos últimos tempos a um aumento dos contágios confirmados em Portugal, situação que seria expectável uma vez que há uma maior mobilidade das pessoas, há mais gente a trabalhar e a deslocar-se em transportes públicos, a ir a centros comerciais, a supermercados. Basicamente há muito mais gente nas ruas que antes. Mas infelizmente também estamos a assistir à irresponsabilidade de algumas pessoas que se juntam sem terem qualquer cuidado, seja usando máscara, seja mantendo a distância de segurança aconselhada. Uma grande parte dessas pessoas são jovens que depois de estarem fechados em casa durante mais de dois meses se juntam com os amigos em grandes grupos sem cumprirem as normas mínimas de segurança, porque na realidade, não têm qualquer opção para o fazer de uma forma mais controlada.

A pergunta que coloco neste artigo é, na minha opinião, lógica: não seria melhor darem a esses jovens alternativas onde se pudessem juntar, de forma minimamente controlada, e assim reduzir esses ajuntamentos onde quase ninguém cumpre as normas de segurança?

Li em muitos comentários nas redes sociais que é "totalmente impossível manter a distância social numa discoteca, num bar, assim como ter os cuidados necessários à não propagação do vírus". Aliás, ouvimos o próprio primeiro-ministro dizer isso em directo, na TV.

Na minha opinião, depende muito das características dos espaços em questão. Obviamente há muitos locais em que é praticamente impossível criar condições mínimas de segurança por serem totalmente fechados, pouco amplos, com acessos interiores difíceis e com pouco espaço para as pessoas estarem mais afastadas e que não têm condições para abrir neste momento. Entendo isso e acho que qualquer empresário responsável que tenha um espaço com estas características, sabe que abrir nestas condições iria quase de certeza criar problemas.

Mas há muitos outros que têm características que lhes permitiria abrir com as mesmas condições já existentes para outro tipo de actividades. No Algarve, por exemplo, há muitos locais ao ar livre que podiam, com restrições de capacidade e com o uso de máscaras e gel desinfectante, abrir as portas. No resto do país também há alguns locais desse tipo, que poderiam abrir com as mesmas condicionantes de segurança.

Obviamente numa primeira fase não se poderia funcionar em horário completo, mas pelo menos esses espaços que têm uma grande parte ou são totalmente ao ar livre deveriam poder abrir. Ou pelo menos, tentar abrir. 

O que acontece é que, por terem o código de actividade de "discotecas" ou "bares", mesmo tendo estas características, não lhes é permitido abrir, numa decisão, na minha opinião, difícil de entender, especialmente quando vemos outro tipo de eventos com grandes ajuntamentos de pessoas, a serem "autorizados" ou pelo menos permitidos pelas autoridades, alguns deles por motivos políticos.
 

Não seria melhor darem a esses jovens alternativas onde se pudessem juntar, de forma minimamente controlada, e assim reduzir esses ajuntamentos onde quase ninguém cumpre as normas de segurança?

 
Pelo que sabemos até agora e do pouco que parece já assumido pela comunidade científica sobre este novo coronavírus, um dos seus principais focos de transmissão (senão o principal) são as aglomerações de muitas pessoas. Sejam elas por que motivo forem. Partidárias, futebol, religião, "botellon", praia, música, todas podem ser um foco de transmissão, todas podem contagiar se não forem tomadas precauções. 
Os ajuntamentos para ouvir música numa esplanada, num bar ao ar livre, numa discoteca ao ar livre, não são mais contagiosos do que os ajuntamentos autorizados numa manifestação política, como nos querem fazer crer.

Acho que seria importante nesta altura estabelecer de uma vez por todas regras claras e realizáveis para, lentamente, com capacidade limitada e com muitos cuidados, se começarem a abrir alguns dos locais com características especificas, regras que já existem para outras actividades. Certamente iria dar aos jovens uma alternativa mais controlada do que os ajuntamentos para os "botellons" que têm feito um pouco por todo o país.

Os empresários destes locais deram uma lição de responsabilidade a muita gente no inicio de todo esta pandemia quando decidiram fechar, mesmo antes de serem obrigados a isso. Pensaram na saúde de todos à custa da sua própria fonte de rendimento. Acho que mereciam um outro tratamento pelas autoridades responsáveis...
 
Carlos Manaça
DJ e Produtor
 
(Carlos Manaça escreve de acordo com a antiga ortografia)
Publicado em Carlos Manaça
Esta é minha primeira crónica para a 100% DJ. Apesar de gostar de o fazer, há algum tempo que não escrevia “em público”, desde as minhas várias Crónicas para a revista Dance Club que não o fazia, por isso espero não estar “enferrujado”. Espero conseguir transmitir algo da minha experiência adquirida ao longo de alguns anos a fazer parte da “Dance Scene” em Portugal (e estrangeiro) e que as minhas opiniões sobre os assuntos que eventualmente possa vir a abordar nestas linhas sejam vistas simplesmente como isso: uma opinião pessoal e como tal, subjectiva...
 
O primeiro assunto que achei interessante abordar nestas linhas é a importância da Música, hoje em dia, em alguns eventos de música electrónica. O que tenho constatado nos últimos anos é que em alguns dos eventos a Música tornou-se uma “coisa” (praticamente) secundária. Em alguns desses eventos, as pessoas estão mais pendentes das actividades “extra” dos DJ’s do que da Música que eles tocam, seja atirar objectos ao público, seja saltar em cama elástica, ou outro tipo de “iniciativas”, tudo vale para captar a “atenção” (?) do público e marcar a “diferença”. É verdade que alguns dos Top DJ’s internacionais neste momento têm mais peso do que algumas bandas, inclusive do que algumas já conceituadas, e que alguns desses eventos têm uma produção de som, luz e pirotecnia que há alguns anos atrás só estariam ao alcance dessas (mega) bandas, criando um espectáculo único. A evolução da produção em alguns dos eventos de música electrónica foi brutal nos últimos anos, consequência lógica da importância desta o que eu acho perfeitamente normal e positivo. Mas será que é necessário em alguns dos eventos, além de toda essa produção de som, luz e pirotecnia, os DJ’s terem que fazer alguma coisa “diferente” para “captar” a atenção do público? Não deveria ser a Música o principal factor, o principal motivo para as pessoas se deslocarem a um evento de música electrónica, sem estarem á “espera” de algo “fora do normal” da parte do DJ?

O que me causa estranheza é que algumas pessoas, em alguns eventos, dão mais importância a essas “actividades extra” do que à Música em si.

 
Já actuei em alguns (poucos) eventos com uma dinâmica desse tipo e senti que algumas das pessoas que lá estavam esperavam que eu fizesse algo “diferente”, além da música que estava a tocar. A produção trouxe-me um microfone (que gentilmente recusei) e uma plataforma para, se quisesse, subir para cima da cabine, coisa que também recusei. Obviamente não tenho absolutamente NADA contra isso, nem contra os artistas que fazem isso, até porque fiz ambas as coisas (usar o micro e saltar para cima da cabine), pontualmente, enquanto era DJ residente do Cais 447 (Matosinhos) entre 1992 e 1995. O que me causa estranheza é que algumas pessoas, em alguns eventos, dão mais importância a essas “actividades extra” do que à Música em si...
 
Não deveria ser SEMPRE a Música o factor mais importante, aquilo que faz as pessoas deslocarem-se dezenas, centenas e às vezes milhares de quilómetros para ir ouvir um DJ?
Obviamente que há (felizmente) muitos eventos onde isso ainda acontece (em Portugal, um dos melhores exemplos é sem dúvida o festival Neopop, em Viana do Castelo), mas também é verdade que nos últimos anos apareceram outro tipo de eventos onde a Música não é o mais importante, onde (praticamente) tudo é mais importante do que a Música, mesmo que o resultado final dessas “actividades extra” seja uma entrada nas urgências de um hospital, às tantas da madrugada, devidamente filmado para o canal de Youtube...
 
Será que já vale tudo para ter notoriedade (visualizações no Youtube, “likes” no Facebook, etc.) como DJ?
 
Carlos Manaça
 
(Carlos Manaça escreve de acordo com a antiga ortografia)
Publicado em Carlos Manaça
Estão oficialmente esgotadas as pulseiras em regime de 'pré-venda' que davam acesso à festa que irá receber Carlos Manaça no próximo Sábado (27) na Discoteca Crisfal (Portalegre).
No próprio dia as entradas fazer-se-ão normalmente com consumo mínimo.

Até ao dia de amanhã, o 100% DJ tem activo o passatempo on-line que irá premiar as primeiras 20 participações. Participa e tenta a tua sorte para que não fiques à porta.
Publicado em Eventos
sexta, 02 julho 2010 11:25

Carlos Manaça nos USA

Carlos Manaça vai actuar dia 1 de Agosto numa grande festa na cidade de Boston, nos USA.
A festá será no Ocean Club, situado mesmo frente ao mar, na Marina Bay.
 
No mesmo evento actuam tambem Chus & Ceballos, MINDCONTROL (Peter Bailey & Richie Santana) DJ Deka e Miss Jennifer.

Mais informações em www.brazilbostonclub.com
Publicado em Artistas
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