Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
O DJ e produtor francês David Guetta realizou no passado sábado em Miami um liveset solidário transmitido em direto nas redes sociais que também fez vibrar as cerca de oito mil pessoas que habitam nos prédios próximos do terraço onde decorreu o espetáculo.

"Apesar de ser um momento muito invulgar, foi mágico conectar-me com todos através da música. O mais importante é que conseguimos juntar dinheiro que irá ajudar aqueles que mais precisam" referiu o artista francês.

Durante a transmissão foram angariados 700 mil dólares (mais de 600 mil euros), que servirão para apoiar os esforços globais da Organização Mundial de Saúde no combate à pandemia da COVID-19.
 
Publicado em Artistas
A edição deste ano do Ultra Music Festival acaba de ser cancelada devido ao vírus covid-19, segundo a imprensa internacional. O festival de música eletrónica ia decorrer entre os dias 20 e 22 de março em Miami.
 
A decisão foi tomada hoje, após uma reunião entre a organização do festival e o presidente de Miami, Francis Suarez. Até ao momento, a organização ainda não divulgou nenhum comunicado.
 
Este foi o segundo evento da família Ultra a ser cancelado devido ao novo coronavírus. Esta terça feira, a edição de Abu Dhabi, que iria começar amanhã, foi cancelada “por restrições de viagens impostas por alguns países e companhias aéreas, para indivíduos e grupos”, revelou a organização.
 
Esta é a primeira vez que o festival é cancelado desde a sua primeira edição, em 1999. O festival tem capacidade para acolher cerca de 55 mil pessoas por dia e contava, este ano, com as atuações de Major Lazer, Kygo, DJ Snake, Martin Garrix, entre muitos outros.
 
Os Estados Unidos da América já contam com 9 mortes e mais de 100 pessoas infetadas com o vírus covid-19. O coronavírus soma mais de 95,180 infetados, 3,254 mortes e 51,443 pessoas recuperadas a nível mundial.
 
Atualização (6 de março, 21h40): A organização do Ultra Music Festival emitiu logo um comunicado oficial acerca do cancelamento do festival, através da página oficial de Facebook do evento, lamentando a decisão do presidente de Miami e informou os festivaleiros que irão ser contactados através de e-mail a partir de segunda-feira, para procederem à devoluçao do dinheiro dos bilhetes.
 
O Ultra Music Festival regressa a Miami em 2021, entre os dias 26 e 28 de março.
 
Publicado em Eventos
Cinco mil pessoas assistiram no passado fim-de-semana a um concerto em Barcelona após uma triagem à Covid-19, realizada no mesmo dia. Segundo a agência Lusa, todos os participantes nesta experiência, que serviu para testar a eficácia desta solução na prevenção de surtos da doença em grandes eventos culturais, foram sujeitos a testes e a entrada foi autorizada apenas aos que obtiveram resultados negativos.

O bilhete para o concerto da banda de rock Love of Lesbian incluía também uma máscara de alta qualidade e a realização de um teste antigénio no mesmo dia do evento. Quem teve resultado negativo no teste recebeu um código no telemóvel, validando os bilhetes para o concerto, que se realizou no Palau Sant Jordi. 
 

Segundo a organização, de todos os testes realizados apenas seis tiveram resultado positivo. Este concerto foi autorizado pelas autoridades de saúde e no recinto o uso de máscara era obrigatório, sendo possível retirar a mesma para comer ou beber, em áreas designadas para o efeito.

A organização deste espetáculo, já tinha sido responsável por um outro, com cerca de 500 pessoas, que aconteceu em dezembro.

Os resultados desse estudo preliminar mostraram que a pré-seleção, com testes antigénios, e a utilização de máscaras conseguiu evitar infeções no concerto, apesar de não haver regras de distanciamento social.
Publicado em Eventos
De forma voluntária, foi o primeiro setor a encerrar portas e será, porventura, o último a reabrir. Neste momento, os empresários da noite em Portugal tentam sobreviver há cinco meses, sem apoios e sem respostas por parte de um Governo que José Gouveia descreve como "teimoso" em relação à noite. E vai até mais longe ao assumir que a noite está a ser utilizada como bode expiatório para justificar surtos que ocorrem em determinadas regiões. Nesta grande entrevista ao Portal 100% DJ, o porta-voz do movimento "O Silêncio da Noite" e também Presidente da Associação de Discotecas de Lisboa, apresenta as preocupações do setor, o que tem sido feito e o que se espera, depois do que foi aprovado no último Conselho de Ministros. Embora se considere por natureza uma pessoa positiva, José Gouveia olha para um regresso à normalidade bastante complicado uma vez que os empresários, mesmo sem laborar, terão de fazer grandes investimentos para dotar os espaços de toda uma panóplia de restrições e regras para o bem de todos.
 
Passaram dois meses que aconteceu em Lisboa uma manifestação por parte de vários empresários e profissionais do sector noturno. Pergunto-lhe como correu essa ação e se os objetivos foram conseguidos. Já tiveram respostas por parte do Governo?
O objetivo primário era chamar à atenção do problema do setor. A razão da manifestação prendeu-se com o facto de nós estarmos sem respostas por parte do Governo desde o início do confinamento até à data, quando os outros setores já sabiam os seus destinos. A noite sempre foi, e ainda hoje é, um assunto tabu por parte do Governo e de entidades como a Direção Geral de Saúde, que vai falando sempre muito ao de leve sobre as questões. Afirmam que neste momento não é viável a sua abertura, que não faz sentido, que é perigoso, mas nunca foi avaliada de forma séria e concreta a possibilidade de realmente se abrir. Os empresários e as associações, nunca se sentaram com as entidades competentes para discutir em que condições poderíamos abrir e as restrições que teriam de ser impostas. Sendo que alguns empresários não querem abrir por questões óbvias de mercado mas outros querem e, portanto, aquilo que se pretendia era o direito de opção. Quando decidido o encerramento, deveriam ter acautelados os apoios financeiros para que todas as empresas conseguissem aguentar, como muitos estão a aguentar. Neste momento, estamos a contabilizar cinco meses sem receita e com custos fixos como a água, a eletricidade, as rendas e os ordenados, que apesar do lay-off, 1/3 é imputado às empresas. O silêncio que paira no ar sobre a abertura deste setor leva a que muitas pessoas pensem "bem, isto pode reabrir amanhã, para que é que vou desligar a luz? Depois não consigo colocá-la em tempo útil". Se dissessem, num cenário mais negro mas que se torna cada vez mais real, aos empresários, que só tornariam a abrir em 2021, isso permitia-lhes optar por encerrar os espaços definitivamente, encontrar outras atividades ou prepararem-se para este período. Havia uma série de opções, e não havendo aqui um prazo, a incógnita provoca uma paralisia emocional que os impedem de agir. 
 

Se os empresários não tiverem dinheiro para assumir desde logo o investimento, não podem depois esperar que se abra os espaços com essas restrições.


Portanto até o momento ainda não houve abertura por parte do Governo nem das entidades de saúde para receber os empresários do setor noturno? 
Através da AHRESP foi elaborado um guia de boas práticas que foi enviado à Direção Geral de Saúde e ao Governo onde se colocou as tais restrições que nós consideramos. Obviamente que há algumas discórdias. Era um guia de boas práticas que tornava viável a reabertura dos espaços. Não houve continuidade e houve um ignorar por parte do Governo relativamente a esse Guia. 

Caso não haja respostas breves por parte do Governo, estão a pensar desenvolver novas ações ou formas de luta?
Tenho conhecimento de várias ações que se têm vindo a fazer, ainda que de forma pontual. Neste momento foi ativada a Associação Nacional das Discotecas porque existe essa necessidade. É natural que esta Associação venha a público muito em breve transmitir as exigências do setor, pois já se provou que outras associações com base local não têm conseguido alcançar resultados e, neste momento, a luta passa não só pela reabertura dos espaços, mas também pelo apoio financeiro às empresas porque as tesourarias estão completamente descapitalizadas na sua maioria. Ninguém está à espera de lucros, mas pelo menos têm de ser asseguradas as despesas que estão a ter com o facto de estarem fechadas, que são bastantes. Só para manter a cabeça à tona. Para além de que, havendo autorização para abrir os espaços, terá de haver um investimento para fazer frente a todas as restrições, nomeadamente a colocação de sinaléticas, pontos de álcool gel, nalguns dos espaços, porventura, terá de haver um melhoramento da circulação do ar, etc., uma série de investimentos que têm de ser feitos. Ainda que 80% do investimento é comparticipado pelo Governo, mas à posteriori. Se os empresários não tiverem dinheiro para assumir desde logo o investimento, não podem depois esperar que se abra os espaços com essas restrições.
 
 

Depois há a questão que é a utilização muitas vezes da noite como bode expiatório para justificar surtos que vão ocorrendo em determinadas regiões.


Este verão pode ser também um problema...
O Verão está perdido para os empresários da noite, e com temperaturas elevadas nas zonas balneares, como no Algarve, não é expectável que os jovens, que se encontram de férias, fiquem todos em casa. Esses jovens podiam ir para locais controlados e vão acabar por se juntar em locais completamente descontrolados. Depois há a questão que é a utilização muitas vezes da noite como bode expiatório para justificar surtos que vão ocorrendo em determinadas regiões. Posso andar na rua o dia todo, vou para o trabalho, ao café, ao restaurante ou ao supermercado e depois, à noite, vou beber um copo e foi mesmo à noite que o vírus me "apanhou". Isto é absurdo. Nunca ouvi ninguém da comunidade científica a dizer que existe a possibilidade de ser tão preciso no local onde se deu o contágio. Temos exemplo recente da vizinha Espanha que, mais uma vez, está a utilizar a noite como bode expiatório para os surtos que estão a acontecer, e toca de fechar a noite. Eu continuo a achar que é seguro estar em ambientes controlados onde as pessoas são obrigadas usar máscara e obedecer a certas regras. Se me perguntassem há dois meses atrás se era viável o uso de máscara à noite, eu diria que não, hoje, acho perfeitamente viável. É algo que fará parte da nossa indumentária, temos que nos adaptar às máscaras pelo menos nesta fase, até haver um tratamento eficaz, uma vacina ou o vírus desaparecer.

Na sua última crónica para a 100% DJ, referiu que "será possível projetar uma noite onde todos estarão de máscara".  Considera que essa medida é fácil de aplicar? O público irá cumprir?
Como respondi na pergunta anterior, claro que sim. Até porque se podem criar condições dentro dos espaços, seja de forma humana, seja de forma passiva, para que as pessoas sintam que essa obrigatoriedade existe. Se apanharem uma pessoa a fumar na pista, vão falar com ela e, das duas uma, ou apaga o cigarro ou é convidada a sair. Se por ventura encontrarem uma pessoa sem máscara, é feito o mesmo processo. Quem pretender consumir ou fumar, terá zonas destinadas para o efeito, como ainda hoje acontece. Quando volta a uma zona comum, coloca de novo a máscara. Em relação ao consumo das bebidas, eu acredito na utilização das mesas onde pessoas se sentam para consumirem. Nas discotecas as pessoas podem estar em pé à volta da mesa a dançar, sendo as próprias mesas a fazerem o distanciamento social necessário. Até porque a lotação vai ser menor, a noite não terá a mesma adesão que tinha há quatro meses atrás, será sujeita a uma evolução gradual. 

Considera que haverá um período de adaptação à noite?
Os níveis de confiança das pessoas estão em baixo. As pessoas também sentem um bocado de receio. O mesmo acontece na restauração. Mas em função daquilo que já sabemos, é perfeitamente seguro ir a um restaurante, um bar, uma discoteca, um centro comercial, etc.. Temos é de tomar precauções, nomeadamente com o uso da máscara e o distanciamento social. É evidente que uma discoteca não vai poder ter, enquanto nós tivermos nesta situação, a mesma lotação que tinha antes da Pandemia.

Tendo em conta a sua experiência, considera que o setor noturno não estava preparado para uma eventualidade destas?
Eu acho que ninguém estava preparado e o setor noturno não é exceção. Ninguém há quatro meses adivinharia que agora teríamos de usar máscara, meter álcool gel na entrada e andarmos distantes. Todas estas questões e todos os problemas que a sociedade está a atravessar, são transversais a todos os setores nomeadamente à noite. Mas se virmos bem, a noite é aquela que mais tem sofrido devido a este silêncio da parte do Governo e por este parecer de "lavar daqui as minhas mãos", de não quererem saber desde a primeira hora. Foram prontos a decretar o encerramento, mas estão a ser extremamente lentos - para não dizer parados - no que toca a explicar aos empresários como é que eles vão compensar o facto de terem decretado o encerramento que foi feito a 14 de março. Sendo anunciado voluntariamente a 12 de março. Passaram cinco meses e este setor assumiu as suas despesas, assumiu todos os custos e neste momento há um sem número de insolvências a entrar de empresas que pura e simplesmente não aguentam. Os bares pequenos viviam do dia-a-dia ou neste caso da noite, e não estão aguentar e portanto é previsível o seu encerramento permanente. Os grandes grupos empresariais da noite, alguns já apresentavam alguns problemas. Há, pelo menos, um grupo grande que vai apresentar insolvência e grandes espaços da noite de Lisboa que também estão a ponderar a mesma solução. Isto quer dizer que, se continuarmos a este ritmo, o verão já está perdido de seguida entramos no Outono e, com ele, o início das épocas das gripes sazonais e aí o governo virá com o argumento que agora não será o momento para abrir e passamos para o final do ano. Podemos estar a falar deste setor ficar um ano fechado e nenhuma empresa sobrevive fechada durante um ano, pelo menos, sem apoios que neste momento já se pede que sejam a fundo perdido.

Como é que vê as regras que estão a ser aplicadas nos outros países no sector noturno?
Podemos tomar de exemplo algumas delas onde eu considero que de facto são exequíveis, no entanto, há outras que eu acho que pecam por excesso como é o caso das câmaras de desinfeção nas entradas. Acho um exagero e não vejo razão para que isso aconteça numa discoteca, para além do elevado investimento. Tudo aquilo que se aplica durante o dia, aplica-se à noite. Não vale a pena haver um excesso de zelo na noite que não exista de dia. Também não vamos transformar discotecas em lojas do cidadão com setas para a esquerda e para a direita. As coisas têm de ter um mínimo. Como já referi, a lotação já será por si inferior àquela que normalmente era aplicada, acho que essa diminuição irá, ela própria, acontecer naturalmente sem qualquer imposição, pelas razões que já mencionei.
 

(...) a noite é aquela que mais tem sofrido devido a este silêncio da parte do Governo.


Recentemente no Algarve vários jovens holandeses ignoraram medidas de segurança e tiveram de ser dispersados por agentes de autoridade. O que lhe pareceu este episódio?
Nós estamos à espera, até ao final de agosto, de oito mil holandeses e não podemos ter a atitude que tivemos. Não podemos correr com eles à bastonada. Estes miúdos vêm para cá com dois propósitos: frequentar a praia e a noite. Não vêm cá para visitar museus nem ir ao teatro. Das duas uma, ou dizem aos agentes turísticos para não os mandar para cá, porque não temos noite e não os queremos cá, ou, se queremos que eles venham, então temos de os saber receber e estar preparados. Para mim, o que se passou foi vergonhoso. Senti vergonha alheia quando vi aquilo que eu vi, de agentes da autoridade que tanto prezo e respeito, à bastonada a jovens porque eles estão a beber, a divertir-se e, simplesmente, não entendem. Porque não é compreensível, e para mim também não é, porque razão não podem estar a beber na rua. A partir das 20 horas não podem comprar álcool, mas alguém acredita que não vão comprar às 19 horas ou mais cedo? Não é por aí. Desde quando é que o vírus tem relógio?

Como é que vê a atuação do Governo nestas questões?
Este Governo teve um papel exemplar e louvável no início de todo este processo, mas depois e talvez por via também de uma oposição que de repente se quis fazer presente começou a haver algum desnorte. Há uma série de medidas colocadas à posteriori onde considero que efetivamente o Governo demonstra alguma desorientação, mas nunca tirando todo o mérito ao trabalho e empenho que foi feito durante este processo, acho mesmo que outro Governo, provavelmente, não teria sido tão eficaz como este foi. 

Nas últimas semanas muito se tem falado nas "festas ilegais". Será este o termo mais indicado?
Acho que aquilo que nós estamos a fazer é perigoso porque estamos a permitir as ilegalidades que, de certa forma, não são ilegais. Isto é, se eu levar 40 pessoas para minha casa não considero que seja ilegal para fazer uma festa entre amigos e também não é ilegal porque ninguém está a ganhar dinheiro. É ilegal porque não se permite o ajuntamento de mais de 10 pessoas. Para mim, as festas ilegais são aquelas que são feitas em espaços comerciais, em horários que estão decretados como sendo proibidos e com números acima dos permitidos por lei. Como disse o comentador Marques Mendes e também já ouvi o José Miguel Júdice a falar nos mesmos termos, parece que há aqui uma teimosia do Governo relativamente à noite. Acho que existe uma fixação de abrirem os espaços noturnos e aumentar a probabilidade de virem a aumentar os surtos. Eu não penso assim, nem creio que seja assim.
 

Não foi um anúncio feliz, o timing não foi o melhor e não mudou nada.


Compensa abrir espaços de diversão noturna sem pista de dança e a servir refeições ligeiras?
O que o Governo veio anunciar após o último conselho de ministros foi que as Discotecas e os Bares vão continuar fechados, paralelamente a esse anúncio, abriu a possibilidade a todos os estabelecimentos que queiram mudar a sua atividade para cafés e pastelarias de o fazerem sem ter de mudar o CAE, simples. Não foi um anúncio feliz, o timing não foi o melhor e não mudou nada. Se compensa, cada um, querendo, poderá fazer essa avaliação.

Pode-se afirmar que a atuação ao vivo de DJs estará fora de questão a longo prazo?
Os DJs estão a tocar em sunsets, restaurantes, e outros espaços que podem laborar e que faz sentido a sua atuação. As restantes atuações, festivais, etc., estão sujeitas à evolução da pandemia.

Tem esperança que as regras mudem em breve?
A esperança estará sempre presente, todos deverão sempre manter a esperança, realista.

Que mensagem gostaria deixar para quem irá ler esta esta entrevista?
A mensagem é de esperança. Eu sou uma pessoa positiva, ainda que não goste daquele "vai ficar tudo bem" porque não vai ficar tudo bem, há coisas que vão ficar mal. Temos de fazer tudo para minimizar o prejuízo, tentar ultrapassar isto sem grandes perdas e para isso tem de haver uma ação imediata. Um conselho que deixo, porque acho que de certa forma todos passamos por ela, é ultrapassar a negação o mais rapidamente possível, porque houve muita gente que esteve em negação durante muito tempo, um pouco também pelas mensagens de esperança que iam sendo transmitidas, mensagens perigosas. Lembrar ainda que já passamos outras crises e, ainda que esta possa ser, provavelmente, a pior, por ter uma componente de saúde pública e transversal ao Mundo inteiro, também a iremos superar.
Publicado em Entrevistas
Com o setor paralisado devido à pandemia de Covid19, um grupo de profissionais da área do entretenimento decidiu reunir-se e criar, desta feita, a Associação Portuguesa do Entretenimento. Com objetivos claros, este novo movimento associativo pretende representar profissionais a custo zero e já tem iniciativas pensadas para serem desenvolvidas a curto prazo.  Nesta entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ, falámos com Ricardo Silva, representante e Presidente da Associação, onde nos explicou a quem se destina a APENT e alguns dos projetos pensados, em particular de apoio aos DJs e produtores de música eletrónica.
 
O que é a APENT e a quem se destina?
A APENT - Associação Portuguesa do Entretenimento é uma Associação sem fins lucrativos, criada para representar todo o setor profissional do entretenimento. Desde músicos, DJs, empresas e profissionais do audiovisual, performers, agentes culturais, artísticos e turísticos, produtores e organizadores de eventos, etc. Não pretendemos deixar ninguém de fora, no entanto, excluímos áreas como o teatro, cinema e televisão visto serem áreas com especificidades diferentes das que levaram à criação desta Associação.
 
Quais foram as motivações que levaram à criação da Associação? 
Todos nós falamos dos problemas, dificuldades, falta de representatividade do setor e ausência de soluções durante muito tempo e apesar de haver várias Associações ou Movimentos, são todos demasiado específicos, com pouca representatividade associativa ou com interesses adjacentes a pequenos grupos profissionais. Devido a esta situação pandémica que atravessamos e devido a tudo o que mencionei, seria a altura certa para a constituição de uma Associação onde não houvesse qualquer outro interesse (daí a ser sem fins lucrativos) que não seja o de dotar os profissionais do setor - os associados - de meios que possam fazer face às dificuldades imediatas que a pandemia trouxe e podermos falar a uma só voz com o Governo, instituições e organizações que tutelam ou têm influência no papel fundamental que desempenhamos para o país e para os portugueses. 
 
Quem são as pessoas que compõem a Direção da Associação? 
Não é segredo nenhum e será do conhecimento de todos. Somos mais de uma dezena de profissionais do setor, desde músicos, agentes, produtores e organizadores de eventos, brand managers, etc., e não pretendemos nenhum protagonismo. A Associação é e será dos associados e todos com os mesmos direitos e deveres. Os sócios fundadores são apenas um grupo que tomou a iniciativa porque alguém a precisava de ter. Não somos diferentes de nenhum associado. Entramos com um espírito de missão, dando o nosso contributo que tem sido extremamente exigente e será numa fase inicial devido a tudo o que envolve a criação de uma associação, capacitá-la de uma estrutura física, logística e com capacidade financeira para ser sustentável, sendo a mesma sem fins lucrativos, sem capitais próprios e regida pelas regras, legislação e fiscalização do associativismo. Estatutariamente e para se poder constituir uma Associação, alguém teria de avançar. Foi este grupo que teve iniciativa e disponibilidade, mas após o primeiro mandato somos obrigados pelas regras do associativismo a efetuar eleições e seguir a legislação própria. Além disso duvido que algum dos órgãos sociais pretenda continuar porque o trabalho que estamos e iremos ter, condiciona a nova vida pessoal e profissional. Estamos todos aqui com espírito de missão e esperamos que depois do nosso primeiro passo, haja outros que o continuem em prol de todos nós.
 
Não havendo investimento e sendo sem fins lucrativos, como estão a pensar gerir a Associação? 
É essa a pergunta chave e seguramente um dos motivos para nunca ter surgido uma Associação com estas características. De momento, são os órgãos sociais que estão a custear todas as despesas e obviamente sem qualquer tipo de retorno ou apoio porque a Associação não tem verbas. As verbas de qualquer Associação resultam da quotização dos sócios que ficará suspensa até o sector ter retomado a atividade normal, dos apoios que eventualmente possam surgir por parte das entidades públicas, de donativos e de projetos e atividades próprias que possam executar. Como referi, é esta equipa que está a custear, contribuir e irá trabalhar para que possamos ajudar e deixar um legado para todos os associados do sector. 
 
Já há projetos e iniciativas pensadas? 
Sim, inúmeras. Apesar da constituição da Associação só aparecer agora, este é um trabalho que tem meses e já temos inúmeras iniciativas pensadas, programadas e imenso trabalho feito, além de parcerias, contactos, protocolos e benefícios programados para todos os associados.
 

Para os DJs e produtores de música eletrónica, além dos benefícios gerais, está a ser desenvolvido um projeto que irá trazer um incremento direto nos seus rendimentos (...)

 
Pode revelar alguns? 
Serão todos revelados com a transparência que uma Associação é obrigada a ter. Algumas revelações que posso deixar, visto estarem concluídas ou em fase de conclusão,w, tais como seguros de vida e acidentes de trabalho que são obrigatórios para exercer a atividade, através de descontos ou atribuição direta, apoios sociais porque ninguém irá passar fome numa fase em que não tem rendimentos ou viu reduzida a sua atividade, disponibilidade direta de inúmeros produtos ou serviços com descontos ou diretamente, apoio em projetos próprios onde a Associação ajuda os associados a desenvolver ou criar, acesso a instalações culturais ou da própria sede que pretendemos seja um espaço multiusos aberto para todos aqueles que o queiram usar e muitos outros que estamos a preparar e iremos dando conta à medida que vamos tendo desenvolvimentos. Volto a referir que a Associação é dos associados e só faz sentido se estiver sempre disponível e acessível aos profissionais do setor. Inclusive qualquer iniciativa, projeto ou ideias que os associados tenham ou pretendam realizar em nome da Associação e em prol do setor, haverá total disponibilidade e abertura para poderem realizar ou contribuir no que entenderem. 
 
Especificamente para os DJs há alguma coisa pensada? 
Para os DJs e produtores de música eletrónica, além dos benefícios gerais, está a ser desenvolvido um projeto que irá trazer um incremento direto nos seus rendimentos e que a seu tempo será revelado. O setor abrange várias áreas com especificidades diferentes e queremos trazer para discussão o que os profissionais de cada área pretendem para que todos juntos possamos encontrar soluções, sendo que um dos problemas principais está relacionado com a ausência de legislação sobre a profissão. Um dos pontos que teremos todos de discutir será o de encontrar uma forma de que apenas os DJs possam executar o serviço que lhes compete e não qualquer pessoa com um software ou hardware que o faça ilegalmente. Com isto não estou a falar de se criar pagamentos de licenças, "inventar" carteiras profissionais ou um novo imposto em cima do que os DJs já fazem através das suas contribuições ou dos pagamentos que quem os contrata já faz nos seus espaços ou eventos que realiza, mas sim algo similar ao que existe noutros países onde a profissão de DJ é reconhecida como qualquer outra. Será um dos imensos assuntos a debater e terá de ser com o contributo dos associados, porque serão eles a decidir qual o melhor caminho e a Associação apenas fará o que os associados pretendem porque é deles a Associação. 
 
Quando é que haverá mais informações e como se podem inscrever na Associação? 
Estamos neste momento em fase final da constituição da Associação (já autorizada) e temos mais uns dias para concluir alguns processos pendentes com o Ministério da Cultura que é quem tutela o setor e por inerência a Associação e os seus associados. As inscrições já se encontram abertas no site www.apent.pt (sem joia ou pagamento de quotas) para os novos associados, sendo que temos já cerca de 5 mil associados que vão "migrar" de outras associações.  A melhor forma de estarem a par de todas as novidades é seguirem a nossa página de Facebook onde iremos atualizando as informações. Aproveito, desde já, para agradecer ao Portal 100% DJ pelo apoio que tem dado na promoção e divulgação desta área especifica do nosso sector. 
Publicado em Entrevistas
Devido ao impacto da pandemia de COVID-19, o Super Bock Group decidiu reduzir a sua força de trabalho em 10%. 

Segundo o comunicado divulgado pela empresa esta terça feira, a "significativa redução da atividade do Super Bock Group, bem como o cenário de recessão previsto para o futuro próximo, forçam a empresa a reajustar a sua estrutura para defender e proteger a sustentabilidade do grupo".

O mesmo comunicado refere que a paragem e atuais constrangimentos do canal HoReCa (hotéis, restaurantes e cafés), que "representa cerca de 70% do mercado de bebidas refrescantes em Portugal (fonte Nielsen)" irão "prolongar-se e continuar a ter um significativo impacto no desempenho do Super Bock Group".

A decisão implica um reajustamento que afetará cerca de 10% da força de trabalho em diferentes áreas da organização, sendo "tomada perante uma conjuntura excecional e foi anunciada, esta tarde, à Comissão de Trabalhadores e a todos os colaboradores do grupo num processo que terá início este mês de junho", lê-se na nota.

O grupo reconhece ainda que "a realidade atual é complexa e inédita e, num mundo cada vez mais volátil, a prioridade do Super Bock Group é a sustentabilidade da empresa, adequando de forma continua a sua estrutura às necessidades atuais e futuras do negócio".
Publicado em Marcas
A Associação Nacional de Discotecas (AND) anunciou esta terça feira que o Governo mostrou disponibilidade para aumentar os apoios ao setor e discutir a reabertura dos espaços de diversão noturna, encerrados desde março de 2020 devido à pandemia.

Segundo a AND, estas garantias foram dadas pelo secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres, no decorrer de uma reunião em Lisboa com a associação sobre o plano de desconfinamento, no âmbito da pandemia da covid-19.

"Vemos com bons olhos todas as ideias que o que o secretário João Torres nos apresentou. Ficou uma porta aberta para a discussão sobre as reaberturas junto da Direção-Geral da Saúde (DGS) e a ADN quer participar", adiantou José Gouveia, presidente da Associação.
 
Apesar da disponibilidade da tutela para, através da DGS, discutir, "de forma célere", um plano de reabertura, José Gouveia ressalvou que não foi adiantado qualquer prazo.

"Desde já vamos ser indicados para discussão e aquilo que se pretende é estarmos presentes e podermos mostrar com casos reais o que se pode ou não fazer e o que é exequível para este setor poder reabrir as suas portas. Este setor não pode arriscar ficar mais um ano nestas discussões. É uma discussão que tem de ser feita", apontou.

Para a AND, existem condições para que os bares e espaços ao ar livre possam reabrir as portas já em julho e as discotecas, com espaço indoor, o possam fazer em agosto.

"Nós acreditamos que não podemos estar a pensar em discotecas abertas no seu esplendor, até às 06h00 ou com pistas de dança a funcionar, mas podemos pensar em discotecas com lugares sentados, música e serviço de bebidas", exemplificou.

Por outro lado, segundo José Gouveia, o Governo comprometeu-se a majorar os apoios ao setor, nomeadamente no apoio das rendas, que será feito nas próximas semanas, e agilização de candidaturas que estão à espera de serem aprovadas.
Publicado em Nightlife
Com todos os seus eventos adiados e adaptando-se à nova realidade, a Fuse Records acaba de lançar uma linha de máscaras comunitárias reutilizáveis.

Adequadas ao uso comunitário ou social e destinadas a limitar gotículas do nariz ou boca expelidas por tosse ou espirros, estas máscaras de categoria nível 3, podem ser adquiridas através de um simples contacto com a Fuse Records no Facebook ou pelo endereço de e-mail Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar.

Com design moderno e minimalista este novo produto da conhecida editora e também produtora de eventos, tem o custo de 10 euros, acrescido dos portes de envio. 
Publicado em Nightlife
A Federação Nacional de Negócios de Lazer e Entretenimento (FNEOE) e o Instituto para a Qualidade do Turismo de Espanha, elaboraram um plano onde apresentam várias diretrizes de segurança a serem aplicadas em estabelecimentos de diversão noturna que tal como em Portugal, ainda não têm data prevista de reabertura.

O plano recomenda que as máscaras sejam obrigatórias na pista de dança e todos devem lavar as mãos ao entrar e sair das discotecas. Nas pistas de dança os clientes deve manter-se nas áreas marcadas e evitar que se cruzem. Relativamente às bebidas, é sugerido que estas sejam servidas apenas com palhinhas descartáveis.

Segundo a FNEOE, o setor da vida noturna espanhola, de onde também fazem parte as conhecidas discotecas da ilha de Ibiza, como a Pacha, Amnesia e Eden, produz uma receita anual de cerca de 20 mil milhões de euros. 

A reabertura do setor dependerá da aprovação do Governo, que até agora só permitiu que os bares abrissem terraços ao ar livre com a sua capacidade limitada. "As diretrizes foram elaboradas por médicos para tentar garantir que as pessoas possam aproveitar uma parte essencial da vida espanhola de maneira segura", esclarece Vicente Pizcueta, porta-voz da FNEOE, acrescentando que espera que a área noturna regresse ao normal no próximo mês de julho, a tempo do verão.
 
Fonte: Jornal Público.
Publicado em Nightlife
domingo, 19 abril 2020 15:00

O impacto da pandemia na música

A pandemia devido ao novo COVID-19 chegou e é bem real. Já todos sentimos o grande impacto de todas as medidas que tiveram (e continuam a ter) de ser adoptadas pelo governo e Direção Geral de Saúde.

Assim sendo e inevitavelmente a minha crónica vai ser à volta deste tema, em particular da música electrónica, que como todos sabem, é a minha área.

Tendo em conta o grande risco de contágio, artistas como eu que vivem da música, assim como da cultura no geral, fomos dos primeiros a sentir todas estas drásticas acções que foram implementadas, tendo inicialmente numa grande maioria e de livre e espontânea vontade terem sido encerrados teatros, cinemas, museus, exposições, concertos, festivais, clubs, etc. Foi de uma enorme consciência e com imenso sacrifício que vimos isto a acontecer, antes do confinamento obrigatório. Lamentavelmente mas para o bem mútuo continuamos na mesma situação. 

O que não está bem a meu ver, são as medidas de apoio que não estamos a receber ou a ser implementadas. Dou como exemplo a tentativa do nosso Ministério da Cultura em apoiar certas entidades, numa fase em que ainda não atingimos o pico e a luz ao fundo do túnel ainda se encontra um pouco longe. Lançar um evento como o "Tv Fest" onde seriam apoiadas (e muito bem), mas apenas algumas entidades (aqui está um dos erros a meu ver).

Este projeto, criado pelo Governo no quadro de apoio, no âmbito da crise causada pela pandemia COVID-19, e destinado "exclusivamente" ao setor da música, tinha estreia marcada para quinta-feira 9 de Abril, no canal 444, nos quatro operadores de televisão por subscrição em Portugal e na RTP Play. 

De acordo com a ministra, seriam abrangidos "160 músicos", "de todos os estilos musicais", a quem era pedido que "envolvessem sempre equipas técnicas", o que significaria o envolvimento de "cerca de 700 técnicos", ao longo dos vários programas. Depois de anunciada, a iniciativa foi criticada por vários músicos, sendo lançada uma petição online - em menos de 24 horas, mais de 16 mil pessoas subscreveram essa petição. O Festival foi desta forma suspenso, mas não cancelado, de forma a supostamente ser repensado.

Estamos, sem dúvida, a passar uma fase que nunca pensaríamos e enquanto refletimos nisso as coisas no geral vão ficando piores. As medidas de apoio têm que ser implementadas e surgir com uma visão mais abrangente e global, onde o benefício deverá ser repartido igualmente ou então beneficiar os que passam mais dificuldades, como é o caso de entidades mais pequenas ou mesmo locais, uma análise do lucro individual "versus" os gastos, seriam uma boa equação para chegar a um resultado mais satisfatório e justo, porque a realidade é que estamos todos no mesmo barco, e não apenas a secção mais "mainstream", que foi a "fórmula" desenhada para direcionar esta iniciativa. 

Por outro lado, numa outra instância, acho que o que deveria ser realmente feito era canalizar esses fundos para o nosso SNS e a luta da frente contra o vírus. 

No meu caso em particular, estou, como todos sabem, com os eventos suspensos, algo que foi também comunicado muito antes de ser obrigada a faze-lo, tanto eu como a minha agência achámos por bem antecipar tudo isto que viria a acontecer, por nós e por todos. Vou acompanhado positivamente o desenrolar da situação e mantendo todos os cuidados necessários e sugeridos pela DGS. 

Como artista que sou, a minha função é divulgar a música electrónica em paralelo com divertir as pessoas, e agora mais que nunca isso é necessário, algo que também estou a fazer, através de livestreams, publicações e outras ações em que decidi participar.

Para ocupar o meu tempo, tenho estado no estúdio onde ouço diariamente bastante música nova, estou a preparar novos releases meus e da minha editora Digital Waves, assim como a gravar o meu Radioshow semanal na Nova Era e mensal na Nove3Cinco. Tenho feito também exercício por casa e mantido uma alimentação relativamente saudável.

Nesta fase é muito importante manter o positivismo, e, claro, dentro dos possíveis ficar em casa ou da forma mais segura possível, manter a actividade física e fazer o máximo por assegurar o bom funcionamento do sistema imunitário.

Tudo vai passar, tudo vai ficar bem, mas agora temos que pensar em nós e naqueles que diariamente arriscam as suas vidas para combater esta pandemia que nos apanhou de surpresa. Agora, não vamos deitar tudo a perder e recomeçar o confinamento de novo... está nas nossas mãos. 

Quero aproveitar para deixar um sentido agradecimento aos nossos "heróis" que têm sido incansáveis: médicos, enfermeiros, transportadores, staff dos supermercados, farmacêuticos, trabalhadores de companhias aéreas, motoristas de transportes públicos, etc. 

Fiquem seguros, olhem pela vossa saúde e pela dos outros, vamos voltar a dançar até de manhã com sorriso de orelha a orelha, mas agora temos que lutar, todos juntos!

Esta crónica foi redigida a 13 de Abril 2020, pelo que atendendo à conjuntura atual, pode ficar desatualizada num curto período de tempo.
 
Publicado em Miss Sheila
Pág. 1 de 10

Newsletter

Recebe novidades e conteúdos exclusivos no teu e-mail.