Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
terça, 27 dezembro 2011 22:27

"Survivor" da música electrónica

Carlos Manaça é aquilo a que se chama de um “survivor” da música electrónica. Já conta com quase 25 anos de carreira, o que o torna bastante inspirador para muitos. O «efeito Manaça» na noite nacional e internacional, tal como a sua carreira, tem vindo a aumentar de ano para ano. Mais participações, mais eventos, mais produções, mais, mais e muito mais.

 

Depois de tantos anos e tanto sucesso, actualmente, qual é a sua opinião acerca dos eventos que se produzem por cá?
Infelizmente, depois de todos os grandes eventos, com grandes nomes, que já tivemos em Portugal, neste momento contam-se pelos dedos os que acontecem durante o ano. É a consequência de alguns produtores terem exagerado na quantidade de eventos que realizaram durante um período em Portugal. Agora estamos a pagar o preço desse exagero. É certo que as condições económicas também são diferentes, mas naquela altura houve um exagero, quer ao nível da quantidade de eventos, quer o nível dos cachets que foram pagos. Mas também acho que o pior já passou e que agora os produtores de eventos fazem melhor as contas ao que vão necessitar para terem um bom evento, coisa que por vezes, antes não acontecia.
 
Ser ‘DJ residente’ é uma etapa crucial na vida de um DJ?
Ser ‘DJ residente’, na minha opinião, faz parte da aprendizagem de um DJ. Se calhar as novas gerações não dão o devido valor a ser ‘DJ residente’, mas o certo é que permite aprender a gerir melhor uma sessão, uma noite, num club ou numa festa. Não digo que seja imprescindível, mas que ajuda muito, lá isso ajuda.

Em termos de produções, como está a correr o panorama da sua editora “Magna Recordings”?
Infelizmente a Magna Recordings neste momento, tal como quase todas as editoras deste tipo, passa por um momento complicado, a nível de vendas. O “feedback” que temos das nossas edições é bastante bom, na nossa ultima edição (MAGNA 045D, D-Formation & Carlos Manaca “Underground”) tivemos comentários excelentes de muitos “Top DJ’s” Internacionais, mas depois isso não se reflecte nas vendas. As pessoas acham que não faz mal fazer downloads sem pagar, aliás acho que já dão como dado adquirido que a música é grátis. Infelizmente, acho que do ponto de vista legal, os governos já não vão fazer nada para alterar essa situação. Os downloads ilegais afectaram e afectam muitos postos de trabalho, quer na música, quer nos jogos e filmes, mas acho que neste momento já não há volta atrás.
 
altAvizinha-se algum projecto de agenciamento? E projectos futuros que tencione realizar?
A nível de agenciamento em Portugal, de momento não, até porque, na minha opinião, sendo Portugal um país tão pequeno e trabalhando eu há tantos anos directamente com os clubs e promotores, não faz muito sentido. Talvez em 2011 haja novidades a nível de agenciamento mas a nível Internacional, aí sim, há muita coisa que me falta fazer.
Quanto a projectos futuros há alguns. Várias colaborações em estúdio ainda pendentes devido à dificuldade de conciliar agendas, que penso vão acontecer em 2011.
 
Ainda continua a viver em Madrid, Espanha? Conte-nos como foi essa sua passagem pelo curso de “Audio-Engineering” na conceituada Escola Inglesa “School Of Audio Engineering” (SAE).
Sim, continuo em Madrid e de momento não há planos para voltar a Portugal. O curso na SAE foi muito importante, em muitos aspectos técnicos, alguns dos quais eu só tinha algumas noções. Depois do curso fiquei com muita da teoria que necessitava para melhorar as minhas produções, é sem duvida uma das melhores escolas de áudio, com o melhor material para praticar. Trabalhei com muito material que só via nas revistas especializadas de áudio, e isso é bastante bom para qualquer aluno que queira melhorar os seus conhecimentos.
 
Já tocou ao lado de grandes figuras internacionais da noite. Tem alguma preferência? E em termos de técnica, qual o seu DJ favorito?
Sim, já toquei com inúmeros DJ’s, alguns em mais do que uma ocasião, ao longo de todos estes anos. Na realidade não tenho um preferido, tenho vários, conforme o seu estilo. Um deles é o Danny Tenaglia por aquilo que me influenciou em 1996 quando tocou pela primeira vez em Portugal (no Rocks Club, em Vila Nova de Gaia) onde eu era residente, e que me fez estar 9 horas a controlar as luzes, ao lado dele na cabine. Foi impressionante, quer para mim, quer para muitos outros DJ’s que ali estavam e realmente influenciou a nossa visão musical, a partir desse dia.
Mas há mais pessoas que me influenciaram em todo o meu trajecto como DJ, desde o Tó Pereira (DJ Vibe) ao Luís Leite, passando por Roger Sanchez, Laurent Garnier, Carl Cox, Victor Calderone, Masters At Work, todos diferentes, cada um no seu estilo.
 
Portugal enfrenta o problema da pirataria, onde a partilha de ficheiros de música pela Web é ilegal. No entanto, é bastante vulgar irmos a uma discoteca e vermos o respectivo DJ acompanhado do seu ‘Mac’ e recheado de todo o tipo de música. Não acha um bocado irónico esses mesmos DJ’s a lutarem por algo que eles dizem não estar correcto, e no entanto eles também o fazem? Qual é a tua opinião?
Esse é um ponto que me desagrada profundamente. Já é grave o problema do público em geral fazer os downloads para ouvir em casa ou no carro, mas faze-los para ganhar dinheiro com eles, como fazem alguns DJ’s, parece-me duplamente grave. Porque estão a ganhar dinheiro com o trabalho dos outros, e isso não lhes parece mal.
Nem mesmo que os temas custem um euro, ou à volta disso. Por isso, o problema não é o preço, como alguns diziam do preço do vinil, mas sim a mentalidade. E isso, infelizmente, parece-me que não vai mudar.
 

"(...) Aos DJ’s, o meu conselho, é que toquem aquilo que realmente sentem e evitem ir “atrás” do DJ “a” ou “b”, porque isso, a longo prazo, não compensa."

 
Se tivesse que produzir um evento, qual seria o local escolhido? Dê-nos um exemplo do line-up que gostava de apresentar.
Sinceramente já produzi alguns eventos, entre 1993 e 1994, e em 1999 (a apresentação da minha loja de música na altura, World Music Porto) que correram muito bem, mas neste momento, não tinha disponibilidade nem física nem mental para o fazer. Se tivesse mesmo que o fazer, escolhia uma praia, de preferência deserta, onde não incomodasse ninguém, e traria alguns dos nomes que referi como influências, numa festa que começaria de tarde e acabaria de manhã.
O projecto 100% DJ tenta sempre dar a conhecer novos talentos da noite portuguesa. Alguns conselhos quer de DJ, quer de produtor, que queira partilhar?
Acho que o mais importante é que acreditem em vós próprios e que trabalhem e pesquisem bastante. Hoje em dia, com a Internet, é muito mais fácil aceder à informação, quer a nível do “djing” quer a nível da produção. Aos DJ’s, o meu conselho, é que toquem aquilo que realmente sentem e evitem ir “atrás” do DJ “a” ou “b”, porque isso, a longo prazo, não compensa.

Quando foi a primeira vez que ouviu falar do projecto 100% DJ? Qual a sua opinião sobre o mesmo? Alguma crítica?
A primeira vez que ouvi falar foi em 2008, quando actuei no Estremoz Moda. É difícil, estando em Madrid, ter acesso a toda a informação sobre a divulgação da música electrónica em Portugal. Na minha opinião, os projectos que divulgam o nosso trabalho, são extremamente importantes, porque dão a conhecer aquilo que fazemos e permitem estarmos mais em contacto com o público em geral. Por isso, o  projecto “100% DJ” tem todo o meu apoio!
Publicado em Entrevistas
quarta, 22 junho 2011 15:59

Carlos Manaça imparável

Aproxima-se um fim-de-semana muito prolongado para o DJ/Produtor Carlos Manaça.
 
Ontem, quarta-feira dia 22 Junho actuou na discoteca Autarquia, em Castelo de Paiva. No dia 23 Junho estará no Porto para a grande festa da cidade, o S. João no Teatro Sá da Bandeira, onde actuará com DJ VIbe, Miss Sheila, Nuno Bessa, Gui da Silva e o MC Johny Def.
 
Já no Sábado dia 25 Junho, Manaça comemorará o seu aniversário juntamente com DJ Romão e DJ John A, na Discoteca Green Hill na Foz do Arelho (Caldas da Rainha), naquela que será a Festa Oficial de Abertura do Verão 2011 da Discoteca que é a referência da zona Oeste de Portugal desde 1980.
Publicado em Artistas
terça, 15 junho 2021 22:56

"Tudo Parece Perfeito"

Confesso que me foi extremamente difícil escrever esta crónica. O meu primeiro impulso foi escrever sobre a situação actual dos vários sectores ligados à música, aos eventos, às actuações ao vivo, mas tudo isso já foi comentado (e bem) pelos meus colegas cronistas.

O tema da minha crónica é outro. É sobre uma história de superação e motivação de um colega DJ que muito me (nos) tem ajudado a superar esta nova realidade que estamos a viver desde Março de 2020.

Desde que soube do estado de saúde do Magazino (para mim Costinha, a quem conheço há muitos anos) que temos estado mais em contacto do que aquilo que a nossa rotina anterior, com "gigs", permitia. 
E a verdade é que ele, apesar de todos os problemas de saúde que está a ter, é uma contínua motivação para mim e para muitos outros.

Mesmo passando por tudo aquilo que está a passar, ainda tem força para nos enviar mensagens de motivação no grupo de WhatsApp criado por ele para nos animar, para que nós, DJ’s e músicos que estamos sem trabalhar há 15 meses (!) não baixemos os braços, para que tenhamos paciência. Coisa que muitas vezes é difícil tal a incompetência e incoerência de quem nos governa...

Sua foi também a ideia de fazer o documentário "Tudo Parece Perfeito", com vários DJ’s e produtores Portugueses, de várias gerações, sobre aquelas histórias caricatas, dos bastidores, que aconteceram (e ainda acontecem) na nossa carreira, realizado e produzido pelo realizador Gonçalo Almeida.

No "teaser" que gravámos ouvi muitas histórias que prometem um grande documentário, com muitos episódios curiosos que vão mostrar que, no dia-a-dia de um DJ, muitas vezes o que parece uma vida de sonho, na realidade tem um outro lado que não é tão glamoroso e que é muito exigente.

Certamente que o Magazino tal como DJ Vibe, Rui Vargas, Moullinex, Gusta-vo, Yen SungDiana Oliveira e Violet têm imensas histórias para contar. São muitos anos de carreira, muitas horas de música, muitos "gigs", que certamente originaram muitas histórias que merecem ser conhecidas. Histórias essas que vão mostrar esse outro lado da nossa profissão e de certeza fazer-nos rir.

Eu já comecei a escrever e a compilar alguns dos meus episódios mais caricatos para a gravação final e posso garantir que tenho muitas histórias para contar, desde o início da minha carreira profissional, em 1986. Nestes 35 anos houve muitos e bons episódios que nunca vieram a público e que vou partilhar convosco neste documentário.

Para todas as informações sobre a evolução da produção de "Tudo Parece Perfeito" podes visitar esta página: https://www.indiegogo.com/projects/tudo-parece-perfeito-everything-seems-perfect.

Da minha parte resta-me agradecer ao Costinha a.k.a. Magazino, por toda a força que me (nos) tem transmitido com os seus "posts" nas redes sociais e com as suas mensagens pessoais de incentivo.
Muito obrigado!

É uma força da natureza e eu tenho a certeza que vai ultrapassar todas as batalhas que ainda tem pela frente, como tem ultrapassado as muitas que já teve até agora.

Ele é o verdadeiro campeão.
 
Carlos Manaça
DJ e Produtor
 
(Carlos Manaça escreve de acordo com a antiga ortografia)
Publicado em Carlos Manaça
segunda, 23 março 2009 23:42

Always Lost apresentado ao vivo

Depois de ter sido editado esta semana como "single" extraido do album "The Underground Sound Of Portugal And Me" será apresentado ao vivo o tema "Always Lost" de Lula, [produzido por Carlos Manaça], pela vocalista Americana Lula, que actuará juntamente com Carlos Manaça na festa oficial da Kult Records @ Nocturnal [entre as 6.00am e 7.00am do dia 27], club situado em “downtown” Miami.

No dia 26 alem deste evento, Carlos Manaça actuará também na Stereo Productions Party @ Cameo [entre as 4.00 e 5.00am já do dia 27], na Washington Avenue, em Miami Beach.

Na sexta feira dia 27 Março participará no evento Tribal United @ Discotekka, também situada em “downtown” Miami, 950 NE 2nd Ave, Miami.

Carlos Manaça, não pára mesmo além-fronteiras. Mais info: www.carlos-manaca.com
Publicado em Artistas
Assinada por Carlos Manaça, a remistura de "Sleepwalker" da dupla da Irlanda do Norte, Loco & Jam, já se encontra à venda na plataforma digital Beatport. A faixa, disponível na compilação "Stereo 2020 Remixed III", pretende "atualizar a sonoridade do tema, editado originalmente em 2016 pela editora espanhola", conta o artista português que ocupa a 6.ª posição no TOP 30 da 100% DJ.

No início do mês foram também editadas as novas versões do tema "Something Bad" pela Transmit Recordings, editora dos Estados Unidos, um original de Carlos Manaça lançado em 2017. 

Estas novas faixas foram produzidas por Carlos Manaça e Natalino Nunes, português residente em Paris que nos últimos anos se tem afirmado no panorama do techno internacional.
 
Publicado em Música
Estão oficialmente esgotadas as pulseiras em regime de 'pré-venda' que davam acesso à festa que irá receber Carlos Manaça no próximo Sábado (27) na Discoteca Crisfal (Portalegre).
No próprio dia as entradas fazer-se-ão normalmente com consumo mínimo.

Até ao dia de amanhã, o 100% DJ tem activo o passatempo on-line que irá premiar as primeiras 20 participações. Participa e tenta a tua sorte para que não fiques à porta.
Publicado em Eventos
O DJ e produtor Carlos Manaça que este ano celebra 30 anos de carreira, serviu-se hoje da nova funcionalidade do Facebook - livestream - para mostrar a todos os seus seguidores, como está a ficar a tenda eletrónica do Rock In Rio, evento que regressa ao Parque da Bela Vista em Lisboa, já daqui a uma semana.
 
Em dois vídeos com cerca de um minuto e meio, o artista português faz um preview das montagens do recinto e desafia os fãs a assistirem a uma grande festa na tenda eletrónica, marcada para o dia 20, sexta-feira, onde, além do próprio, também irá atuar DJ Vibe, Octave One (Live), Conti & Leaozinho e o tão esperado DJ britânico Carl Cox.
 
Manaça apresenta ainda uma das principais novidades desta zona, uma piscina. Pela primeira vez em 17 edições, o Rock in Rio apresenta resta refrescante área onde, diariamente, serão realizadas pool parties, animadas por vários DJs. As pool parties, inspiradas nas festas míticas da cidade de Las Vegas (por onde o evento passou em 2015), decorrem nos cinco dias de evento entre as 18 e as 21 horas. Às 22 horas sobre à cabine o primeiro DJ, sendo que a última atuação termina pelas 4 horas da madrugada.
 
Nos próximos dias 19, 20, 27, 28 e 29, a Cidade do Rock vai receber milhares de visitantes que poderão assistir às mais de 100 atuações musicais, ao longo de 12 horas de festa por dia.
 
Com 200 mil metros quadrados, o Parque da Bela Vista volta a receber o Rock in Rio-Lisboa, transformando-se num parque temático de música. São cinco palcos, uma área VIP, mais de 15 espaços de restauração (incluindo algumas novidades como cozinha de autor), com diversões (como slide e roda gigante), diversos stands com ativações e surpresas das marcas para os visitantes, uma fonte e uma piscina, tudo pensado para garantir o conforto do público e experiências inesquecíveis, entre as 16 e as 04 horas (com exceção do último dia de evento, 29 de maio, com todas as atrações a começarem uma hora mais cedo).
 
Bandas, artistas, DJs, bailarinos e artistas de rua vão animar a edição que marca o término das comemorações dos 30 anos do Rock in Rio. Os bilhetes têm um custo de 69 euros e dão acesso à Cidade do Rock, a todos os palcos e todas as diversões. 
 
 
 
Publicado em Rock in Rio
sábado, 17 outubro 2015 22:33

“To sync or not to sync”

Este é um tema sobre o qual recebo algumas perguntas nas minhas redes sociais e que até agora não tenho comentado ‘publicamente’ nas minhas crónicas. Tem havido algum debate sobre este assunto (que felizmente abrandou nos últimos tempos), mas de vez em quando volta a ocupar muito espaço nas redes sociais e fóruns. E há posições totalmente ‘extremistas’ quer de um lado, quer do outro!
 
De um lado, surgem aqueles que defendem exclusivamente a utilização dos pratos pelos DJs, o vinil como suporte musical, renegando outros suportes ou sistemas digitais como meio de ‘distinguir’ os ‘verdadeiros DJs’, desqualificando aqueles que não o fazem.
 
Do outro lado, temos os que dizem que o “vinil está totalmente desactualizado” e “fora de moda” e que os que usam os sistemas como Traktor, Serato (ou outros) é que estão ‘à frente’, muitas vezes catalogando de “antiquados” os DJs que ainda usam exclusivamente (ou quase) o vinil como formato. 
 
É verdade que o avanço da tecnologia, a divulgação e popularidade de sistemas como o Traktor e o Serato, veio permitir a muitas pessoas de outras áreas e que não tinham qualquer passado como DJs, actuarem em clubs ou eventos, uma vez que a sincronia entre as músicas é relativamente fácil com estes sistemas digitais. Até ao aparecimento destes sistemas, o ‘beat matching’, o acertar de batidas entre dois (ou mais) temas, era quase uma ‘arte oculta’ para as pessoas ‘normais’, ou pelo menos era uma tarefa que demorava algum tempo para ser aprendida, o que levava a que só alguns se aventurassem a tentar fazê-lo. 
 

Com a mediatização que o papel do DJ teve nos últimos anos, era normal que houvesse este aumento repentino no número de DJs.

 
Com a mediatização que o papel do DJ teve nos últimos anos, era normal que houvesse este aumento repentino no número de DJs. Se a tecnologia permite uma maior facilidade no djing, era só uma questão de tempo até muitas pessoas, que até aí nunca tinham entrado numa cabine, tentassem a sua sorte.
 
Esta repentina ‘invasão’ de DJs no mercado veio despertar o ‘fundamentalismo’ de alguns, defendendo que só através do vinil (ou CD’s - embora os últimos leitores de CD da Pioneer também já tenham o botão SYNC) se pode apreciar o ‘verdadeiro DJ’, uma vez que com um computador portátil “qualquer um pode ser DJ”. Houve até alguns clubs em que chegaram a proibir os ‘sets’ com Traktor ou Serato e cancelaram alguns artistas que os usavam.
 
Acontece que o ‘beat matching’ é só um dos factores que um (bom) DJ tem que dominar num set... A verdade, é que em todos estes anos já ouvi grandes sets em vinil, em CD (sem SYNC) com Traktor (ou Serato) com SYNC e também já ouvi alguns não tão bons em todos estes formatos... Por isso digo e repito, ser DJ não é só saber acertar batidas, sincronizar dois ou mais temas simultaneamente. 
 
Há muitos outros factores que contribuem para um grande (ou mau) set. Saber usar a mesa de mistura, os volumes, conhecer os temas que se vão tocar, perder horas a procurar/selecionar a música que se vai usar, ‘organizá-la’ para um set (não gosto da expressão ‘programar um set’, porque acho que isso não se programa) saber criar momentos, manter o público a dançar durante duas, três ou mais horas, não é tarefa fácil... E isso não vem incluído nos programas que permitem o SYNC dos temas.
 
É verdade que nos últimos anos se assistiu a uma aproximação de alguns top DJs às ‘playlists’ usadas pelas rádios. Não tenho nada contra isso, até porque esses artistas movem milhares de pessoas e enchem clubs, eventos e festivais. Mas esse factor - o facto de um DJ set de muitos top DJs ser composto de muitos temas que tocam nas rádios generalistas, aliado à facilidade que a tecnologia veio trazer, fez com que muita gente que até agora nunca tinha pensado em passar música entrasse no ‘circuito’ de DJs em Portugal (e não só). E isso veio criar alguns preconceitos contra o uso de laptops no DJing…
 

Sinceramente não tenho saudades da altura do vinil, até porque foram muitos quilómetros e horas a carregar malas de 120 discos.

 
Na minha opinião, o que conta realmente é a MÚSICA. Se esta é transmitida através de vinil, de CD’s, de um programa, de que forma for, é o resultado final do set que me importa. Se o DJ consegue fazer-me dançar durante uma, duas, três horas, se gosto da música dele, não me interessa qual o formato em que ela me chega... Tive o prazer de estar horas ao lado de DJs que só usaram dois pratos Technics e fizeram sets INCRÍVEIS, mas também assisti a alguns sets de DJs que montaram dois computadores portáteis, uma Maschine (uma caixa de ritmos da Native Instruments) dois controladores X1 da Native Instruments, uma caixa de ritmos, entre outras coisas e o resultado final não foi tão bom como outros DJs que usaram só os dois pratos...
 
Não tenho qualquer problema em usar o SYNC nas minhas actuações com o programa Traktor. Se a tecnologia está aí, não vejo o porquê de não a usar. Sinceramente não tenho saudades da altura do vinil, até porque foram muitos quilómetros e horas a carregar malas de 120 discos. Mesmo que agora decidisse voltar a usar só o vinil, a maior parte das cabines dos clubs ou eventos já não estão preparadas para esse formato e iria ter problemas em conseguir temas de alguns artistas que neste momento só existem em formato digital.
 
É óbvio que quando chegas a um club ou evento e vês uma parafernália de equipamento montado para o DJ actuar, visualmente isso cria alguma expectativa. Mas no final, o que interessa é a capacidade desse DJ te levar numa ‘viagem’, fazer-te dançar, fazer-te ‘explodir’ num momento, fazer-te abrandar noutro momento e conseguir que vibres com a sua música. E isso pode acontecer tanto com um artista que usa dois (ou mais) pratos e discos em vinil (ou CD) sem SYNC, como com um DJ que usa um programa como o Traktor, (ou outro) com SYNC. Na minha opinião, o que interessa é o resultado final e não o método para o alcançar...
 
Carlos Manaça
 
(Carlos Manaça escreve de acordo com a antiga ortografia)
Publicado em Carlos Manaça
quinta, 29 julho 2010 14:12

Carlos Manaça está in love

Com uma agenda de Verão bem preenchida, Carlos Manaça não tem descanso.
Amante da música electrónica à cerca de 24 anos, Manaça vai esbanjar os seus ritmos em duas grandes festas.
 
A primeira será já amanhã Sexta-Feira 30 de Julho na 'I Love Nazaré Summer Party'. Já no Domingo o 'Cupido Manaça' voa até Boston onde irá actuar no Ocean Club na festa 'I Love House Music Beach Party' juntamente com Chus&Ceballos, Mindcontrol, Deka e a Miss Jeniffer.
 
Fiel aos seus seguidores e com uma carreira quase de prata, Carlos Manaça não deixa ninguém indeferente por onde quer que passe.
Publicado em Artistas
sexta, 02 julho 2010 11:25

Carlos Manaça nos USA

Carlos Manaça vai actuar dia 1 de Agosto numa grande festa na cidade de Boston, nos USA.
A festá será no Ocean Club, situado mesmo frente ao mar, na Marina Bay.
 
No mesmo evento actuam tambem Chus & Ceballos, MINDCONTROL (Peter Bailey & Richie Santana) DJ Deka e Miss Jennifer.

Mais informações em www.brazilbostonclub.com
Publicado em Artistas
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