Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, admitiu hoje em conferência de imprensa, que a abertura de espaços de animação noturna ainda não se encontra a ser equacionada, embora afirme que a DGS está sensível à abertura do setor.

Graça Freitas pediu "calma e ponderação" quando questionada sobre uma possível data de reabertura dos bares e discotecas, que afirmam terem sido os primeiros espaços a encerrar portas aquando o início da pandemia.

A diretora-geral da Saúde garantiu que a situação que se verifica em Lisboa e Vale do Tejo "inspira preocupação" e que o resultado de uma festa no Algarve continua a ser preocupante, por já se registaram "quase 90 casos confirmados".

"Temos de ser parcimoniosos nos nossos ajuntamentos e convívios" para que não aconteçam mais casos como os verificados em Odiáxere, no concelho de Lagos, que juntou mais de 200 pessoas, sublinhou Graça Freitas. Por seu lado, a Ministra da Saúde, Marta Temido, relembrou que o número máximo de pessoas no mesmo convívio é de 20 e que não deve ultrapassar esse número, para evitar mais casos semelhantes.
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Os bares podem reabrir a partir deste domingo, mas sujeitos às regras aplicadas aos restaurantes no âmbito da pandemia da Covid-19, esclareceu ontem o Governo. Segundo informação disponibilizada, o Conselho de Ministros incluiu a reabertura dos bares, "sujeitos às regras da restauração", na primeira fase do plano de levantamento gradual das restrições que aprovou esta quinta-feira.

A partir de domingo os bares poderão funcionar com as regras de limites de lotação e de ocupação dos espaços impostas aos restaurantes. Assim, os clientes dos bares terão, por exemplo, de se manter sentados e limites no número de pessoas por mesa devem ser respeitados.

Esta informação corrige a que foi inicialmente divulgada no final do Conselho de Ministros e apresentada pelo primeiro-ministro, António Costa, segundo a qual os bares permaneceriam encerrados na fase de levantamento de restrições que se inicia no próximo domingo.

Segundo a informação disponibilizada no portal do Governo dedicado à pandemia, "os estabelecimentos de restauração e similares" passam, em 1 de agosto, a poder estar abertos até às 2h00 da madrugada e com "a regra do máximo de seis pessoas por mesa no interior ou 10 pessoas nas esplanadas".

"Os bares e outros estabelecimentos de bebidas sem espetáculo e os estabelecimentos de bebidas podem funcionar, com sujeição às regras estabelecidas para o setor da restauração e similares, desde que observem as regras e orientações em vigor e as especificamente elaboradas pela Direção-Geral da Saúde", especifica a informação disponível no mesmo site.

Já na fase três do plano esta quinta-feira aprovado pelo Conselho de Ministros, em outubro, os bares "reabrem atividade habitual mediante apresentação de Certificado Digital COVID da UE ou de um teste com resultado negativo", informa o Governo. Também será nesta terceira fase que as discotecas reabrirão, com as mesmas regras dos bares.
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Hoje é um dia decisivo para os festivais de verão em Portugal, uma vez que o governo, após o Conselho de Ministros, anunciará novas medidas tendo em conta o contexto atual de pandemia. De acordo com uma análise da CISION, o seu cancelamento representará para as marcas que patrocinam os dez festivais portugueses mais mediáticos, uma perda de retorno mediático superior a 190 milhões de euros.

O fim do estado de emergência marcou o início do desconfinamento e a reabertura gradual da economia, que procura responder agora à crise provocada pelo novo coronavírus. Na realidade, como afirmou o primeiro-ministro, na passada semana, "enquanto houver COVID, não haverá vida normal".

De acordo com a projeção da CISION, em condições normais, em 2020, os festivais mais mediáticos seriam o Rock in Rio, NOS Alive, MEO Sudoeste, Super Bock Super Rock, Vodafone Paredes de Coura, O Sol da Caparica, NOS Primavera Sound, EDP Vilar de Mouros, MEO Marés Vivas e EDP Cool Jazz.

Recorde-se que os promotores dos festivais estiveram na passada semana reunidos com António Costa, os Ministros da Cultura, Saúde e Economia. À saída do encontro e respondendo aos jornalistas, Graça Fonseca não quis adiantar se haverá ou não condições para se realizarem alguns dos festivais ainda agendados e que geralmente concentram milhares de pessoas.

Rock In Rio, Boom Festival, Tremor, Festival do Crato, Sou Quarteira e North Music Festival cancelaram as suas edições para este ano. Por seu lado, o NOS Primavera Sound, no Porto, reagendou a sua edição para o próximo mês de setembro.
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Nos últimos meses a pandemia de COVID-19 tem condicionado o nosso dia-a-dia. Nada é feito como antes. Há regras para tudo e o afastamento social é prioritário. Não foi preciso muito para o sector dos eventos parar. Fechou literalmente portas e tirou o sustento de milhares de profissionais, quer sejam eles artistas, promotores, empresas de audiovisuais e multimédia. Até 30 de setembro a realização dos festivais de música está também suspensa, à espera de melhores dias. Adivinha-se uma recuperação demorada e alguns festivais poderão deixar de existir, uma vez que este ano não existe qualquer fonte de receita. De forma a entendermos tudo o que se está a passar neste “ecossistema” que sobrevive da proximidade e interação de todos, falámos com Ricardo Bramão, diretor da APORFEST, a Associação Portuguesa de Festivais de Música. Falou-nos das suas preocupações, dos eventos que já foi obrigado a cancelar e da reunião que teve com o governo.
 
Também na Aporfest tiveram de adiar o Talkfest e os Iberian Festival Awards. Que fatores tiveram em conta nesta decisão? 
Tivemos que adiar os eventos precisamente na semana em que tudo se despoletou. Era algo que já estávamos a preparar, mas tínhamos um plano B, pois o evento ia realizar-se num local de maior dimensão, na FIL. Portanto, se não fosse possível realizar num local que tivesse tanta gente, tínhamos de ter um plano B. Direcionamos o evento para outro local, mantendo todas as datas previstas, só que depois algumas entidades internacionais já não poderiam vir, muito público estrangeiro também, o próprio staff começava a ficar preocupado. Todas estas situações ditaram o adiamento do evento. Tínhamos o evento todo estruturado e os prémios à espera de serem entregues. O nosso intuito até há bem pouco tempo era realizar uma edição totalmente igual daquela que estava prevista, mas obviamente que vamos ter de alterar algumas coisas perante a atualidade. O mundo dos eventos mudou e nesta situação todos vão planear e realizar as suas coisas de forma diferente, portanto o Talkfest também tem de se alterar e adaptar. 

Na sua próxima edição, em Outubro, que alterações podem vir a sofrer o Talkfest e os Iberian Festival Awards?
Tudo aquilo que temos vai sempre adaptando-se. No Talkfest vamos discutir a atualidade e inserir novas temáticas. Até aqui sempre privilegiámos muito a parte física e a presença das pessoas, mas o Talkfest altera-se perante a atualidade e aquilo que faz mais sentido de um ano para o outro. É uma questão de adaptação e nós também temos de nos adaptar, a situação assim o exige. A gala, essa sim, possivelmente para o ano não se vai realizar, pois este ano também não há festivais, ou se se celebrar, será de uma forma totalmente diferente porque os festivais que vão existir, serão também eles diferentes. É algo que ainda estamos a pensar. Vai ser um ano de exceção.
 

Quais são as maiores preocupações dos promotores dos festivais?
Esta situação está a fazer com que todos os promotores estejam expectantes sobre aquilo que é possível fazer. Todos têm vontade de fazer algo perante as condições sanitárias que serão impostas.
Nesta área os artistas também não estão a atuar. Inicialmente a questão do online funcionou, mas hoje os artistas já perceberam que esse formato não pode ser eternamente gratuito, se não estamos a gerar no público um hábito que depois não conseguimos voltar para trás. A mesma coisa que se os festivais ou outros eventos fossem gratuitos, depois não conseguimos que que o público pague e valorize um bilhete. Portanto, têm de ser criadas novas formas de rentabilidade do artista, do promotor, dos media, que permitam todo este ecossistema sobreviver e se adaptar. Infelizmente esta situação aconteceu, como aconteceu a crise de 2008. Foi após essa crise que se deu o grande boom dos festivais. Já passámos quase duas crises e há outras gerações que não passam nenhuma, mas quem conseguir superar esta, vai ter muito mais defesas e muito mais forma de conseguir ser bem-sucedido no futuro. O que se fez de início a nível da cultura ou daquilo que foi anunciado, relativamente às linhas de financiamento que iam apoiar os artistas, isso pouco ou nada se viu. Na verdade ou ainda não surgiu ou aquilo que aconteceu, não foi como foi dito. Posso dizer que vou apoiar os artistas, mas se nada acontecer, se nada for feito, essas palavras caem em saco roto. Existe muito esse sentimento. Há muitas questões a nível dos eventos que temos vindo a lutar, nomeadamente para os festivais e promotores terem mais benefícios quando retomarem as suas ações, por exemplo no pagamento de direitos de autor, direitos conexos, etc. São essas questões que queremos que sejam analisadas. Todos querem começar a arregaçar as mangas, mas uma linha de crédito significa isso mesmo: um crédito, um novo endividamento para quem já está endividado. Portanto, será muito difícil, apesar de perceber que não pode ser sempre uma linha de financiamento a fundo perdido. Nós por exemplo perdemos algumas questões de viagens, alojamentos e outras despesas que não conseguem ser recuperadas, porque mesmo que o nosso evento ocorra em outubro, temos de montar novamente uma máquina. São custos que não conseguem ser retirados, ou seja, se me derem apoios, se eu ver mais-valias nalguma questão, consigo mitigar alguns custos que vou ter de uma edição que não tem a sua rentabilidade como as outras. Há de facto muita discussão nisto, falamos de uma área em que as empresas quase só têm um colaborador ou sócio-gerente e portanto também não podem ser colocadas em layoff como outras empresas que têm 100, 200, 500 colaboradores. Há muito esta questão e esta área que vive muito da presença física. Isto serviu para esta área estar mais coletiva do que nunca, para estar junta, mas acho que há aqui um grande caminho a percorrer, não só por parte dos próprios profissionais como pelo governo. Verificamos que esta questão também ao ser dos artistas e dos promotores era uma área que se calhar não estava tão profissionalizada como deveria estar e era altura de pensarmos nisso já, e não como foi até aqui. Se estivéssemos preparados há uns anos não estaríamos nesta situação.
 

"Até que ponto vamos viver da mesma forma que vivíamos antes os festivais, até que ponto vamos estar à vontade para estar com pessoas que não nos são conhecidas e fazer o mesmo tipo de comportamentos (...)"


É um facto que esta foi a primeira área a parar...
Os eventos foram claramente os primeiros a parar, porque foi o primeiro receio. Certo é, e disso não há dúvidas - vai ser a última a ser relançada como deve ser. Porque uma coisa é nós sermos profissionais e querermos produzir os nossos eventos, outra coisa é irmos enquanto público. Até que ponto vamos viver da mesma forma que vivíamos antes os festivais, até que ponto vamos estar à vontade para estar com pessoas que não nos são conhecidas e fazer o mesmo tipo de comportamentos ou não que se fazia antes e que distinguia esta área, e isso sim, acho que vai demorar muito e não serão meses, mas talvez anos, até voltarmos a poder ter esses comportamentos. 

Que tipo de apoio estão os promotores a pedir? 
Já tivemos vários pedidos, nomeadamente informativos, jurídicos e algumas questões sociais, ou seja, de situações de alguma carência a nível pessoal e profissional em que o nosso fundo social pôde ser despoletado para suprimir uma parte dessas questões. 

Quantos festivais já foram cancelados e/ou adiados? 
Até ao momento 46 festivais foram cancelados e 14 adiados.

Considera que há festivais em risco de não se realizarem no próximo ano?
Não se realizarem no próximo ano e não se realizarem nunca mais. Por vezes quando falamos de certos pequenos festivais em que estão no limite, é muito difícil retomar a seguir, tendo aqui um ano de paragem, não só porque muitos desses festivais vivem com pouca receita, mas também muito pelo amor à camisola. Vimos portanto que há alguns festivais que vão ter muita dificuldade e poderão não acontecer. Sei até de alguns casos que muito dificilmente vão retomar, porque antes de acontecer esta situação, já tinham uma situação difícil.
 
Como está a questão da venda de bilhetes? Houve quebra de bilhetes vendidos desde que se registou um maior número de casos em Portugal?
Houve de facto uma grande quebra nos bilhetes. Por exemplo na See Tickets - com quem trabalho - não se vende bilhetes desde há dois meses. Aquilo que devia ser uma ótima altura de venda para eventos como o Rock in Rio, o Alive e outros festivais, hoje, simplesmente não existe. Porque o público também não sabe o que vai acontecer. Não é, não gostar ou gostar de um determinado evento. É não saber se se pode ir ou não da mesma forma. Porque pode-se gostar muito de um festival mas se soubermos que a experiência que vai ser oferecida vai ser diferente, possivelmente pode perder-se o interesse em estar presente nesse festival. 

Relativamente ao reembolso dos bilhetes, a APORFEST concorda com aquilo que foi aprovado em Assembleia da República?
Concordamos com a maioria do projeto-lei apresentado tendo aproveitado este momento para propor algumas melhorias e criar uma base de sustentabilidade futura ao setor e todos os seus profissionais. Sabemos que as operações dos festivais correm um grande risco e que é necessário algum dinheiro, se não, não conseguem realizar-se. Mas há exceções. Por exemplo o Primavera Sound de Espanha não esperou pela questão governamental para poder devolver o dinheiro e deu um sinal ao seu público. Assumiu o risco e quis dar já o reembolso de forma a não matar já o evento no futuro. 
 

Tudo aquilo que está previsto este ano, é para existir no próximo. Será como um 'replicar' tudo para o próximo ano.

 
Vai ser difícil manter os já anunciados cartazes para o próximo ano?
Acho que não vai ser tão difícil, porque o sector claramente parou. Para todas as entidades foi quase como um ano que não existisse. Tudo aquilo que está previsto este ano, é para existir no próximo. Será como um "replicar" tudo para o próximo ano.

Os festivais mais mediáticos deixaram em aberto uma decisão final até ser aprovado o decreto-lei. Ou seja, davam a entender nos seus comunicados que os eventos não estavam totalmente cancelados quando já se sabia qual o desfecho...
Foi para no fundo poderem tirar uma decisão com base em fundamento governamental, que é a maior entidade responsável por todos nós. Apesar de se adivinhar a decisão, é agora uma informação que passa a estar vinculada e baseada numa entidade governamental que torna mais forte e credível a decisão. 

Todos os festivais de verão estão cancelados?
Não sei se serão todos, mas quanto maior for o festival, maior é a probabilidade dele não acontecer este ano. Aquilo que está a ser feito por grande parte de todos os promotores, é encontrarem soluções que possam ser paralelas aos festivais, como showcases e outras ações que surgirão este ano. Os festivais como os conhecemos não irão existir, mas vão haver ações que os possam substituir, perante as recomendações da DGS, em salas, com lugares marcados, etc.

No entanto, não faz sentido chamarmos festival a um evento numa sala...
É por isso que este ano irão surgir conceitos novos e diferentes que certamente vão singrar para o próximo ano. Vão conseguir tornar-se fortes este ano e crescer no próximo. Será um trabalho que todos vão claramente otimizar. 

Nas últimas semanas multiplicam-se as iniciativas online nas redes sociais. Existe alguma que queira destacar? 
Não acompanhei muitas. Fizeram-me sentido algumas como o Festival Liv(r)e que celebrou o 25 de abril com concertos e doações. Mas também não podemos chamar "festival" a algo que foi produzido em casa, que não tem técnicos de som, de luz, etc. Por isso é que considero que vão aparecer outros fenómenos não se chamando festival, e a componente online passa a ser fundamental num festival para conteúdos extra, conteúdos premium, para backstages. Penso que a partir de agora também aprendemos que o online é muito importante ser um "plus" que nos vai ligar a um festival, mas nada substitui a experiência ao vivo. 

 

DR

Numa fase pós COVID-19, que tipo de medidas pode ou deve um festival impor ao público? 
Vai haver um cuidado cada vez maior no planeamento. Por exemplo verificar a temperatura corporal das pessoas que entram num festival, estar atento a mais sinais perante situações de possível propagação de um vírus. A questão da segurança no seio dos próprios festivais será mais tida em conta e isso vai fazer com que existam mais custos associados ao festival, mas obviamente que serão para evitar uma situação negativa. Da mesma forma que os promotores se protegeram e adaptaram quando foi a questão do terrorismo. Houve mais interligações com as entidades de segurança e isso vai ser sempre necessário. Acho que haverá mais cuidados com o público, a questão da temperatura corporal, ter acrílicos de proteção, o espaçamento entre o próprio público, vão aparecer câmaras térmicas e várias soluções que podem ser aplicadas ou não pelo promotor. Importa é perceber quais serão obrigatórias e regulamentadas. 


As medidas de desconfinamento apresentadas pelo governo propõem que as salas de espetáculos reabram a 1 de junho com lugares marcados e lotação reduzida. Compensa aos promotores realizar espetáculos com estas condicionantes? 
Todos vão ter que ceder e o artista vai ter que ganhar menos, porque também está a comunicar para menos pessoas. O promotor vai ter uma menor rentabilidade, os custos da sala também têm de ser reajustados, portanto tudo tem de ser ajustado num cariz de exceção. Vai ter que se apostar menos nos audiovisuais e quem aluga salas terá de ter porventura menos receita e o promotor pensar que vai ter menos garantias de bilhética. É importante que haja uma concordância entre todos para ter o possível e ser melhor do que nada.
 

"Todos vão ter que ceder e o artista vai ter que ganhar menos, porque também está a comunicar para menos pessoas. O promotor vai ter uma menor rentabilidade, os custos da sala também têm de ser reajustados (...)"


A redução de lugares significa aumento no preço dos bilhetes?
Acho que os preços não podem aumentar e se pudessem teriam de ser mais baixos. Na perspetiva do público, não posso sentir a mesma adrenalina se não estou com o mesmo número de público ou até mesmo com uma pessoa ao meu lado. A somar a isso está o poder de compra que não será o mesmo de costume. Aumentar o preço dos bilhetes não é aceitável nesta fase. Mas também depende, pois há eventos que já têm um valor elevado nos bilhetes e esta poderá ser uma oportunidade para o público valorizar mais o artista que tem à frente. Por outro lado, possivelmente eventos que antes eram gratuitos podem agora ter 2 a 5 euros de entrada.

A APORFEST foi uma das entidades ouvidas pelo governo. Como correu esse encontro e quais as principais ideias retiradas?
O encontro foi positivo e notou-se uma clara perceção por parte de todos os grupos parlamentares daquilo que são as especificidades do setor. Acreditamos que o projeto-lei pode ser melhorado e a partir daqui serem trabalhadas mais-valias para o sector como a criação de um fundo de garantia para todos, com o intuito que alguma situação análoga no futuro tenha menos incidência no sector.

O que gostaria de acrescentar?
Estão a ser meses penosos e com mais trabalho do que pensaríamos, mas sentimos que as pessoas querem estar juntas no Talkfest em outubro. Nestes últimos meses não temos trabalhado tanto na ótica do associado, mas sim para uma área que queremos que não feche, que gostamos e que muitas das vezes levamos com muito amor à camisola. Neste momento não há tanto a questão do associado. É trabalhar em conjunto para depois podermos estar cá e diferenciar-nos por isso.
 
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Com o crescente número de casos de coronavírus um pouco por todo o mundo e o respetivo cancelamento e adiamento de inúmeros eventos, a redação do Portal 100% DJ criou este liveblog pelo tempo que considerar necessário, de forma a que a informação que nos chega seja mais facilmente partilhada com os nossos leitores.

 

Publicado em 100% DJ
A Fundação Calouste Gulbenkian abriu um concurso destinado a apoiar os profissionais de cultura afetados pelas medidas resultantes da pandemia de Covid-19, que neste momento estão privados de rendimento em virtude da suspensão da sua atividade. Este apoio destina-se aos agentes culturais ligados às áreas onde a Fundação habitualmente intervém, ou seja, nas Artes Visuais, Dança, Música e Teatro. São também válidas as organizações privadas de produção artística sem fins lucrativos, que tenham comprovadamente visto a sua atividade suspensa pelo cancelamento de concertos, espetáculos ou exposições, como resultado das medidas impostas pela resposta à pandemia.
 
Para estes apoios podem candidatar-se artistas, técnicos e demais profissionais especializados, incluindo os mais jovens que exercem atividade há menos tempo. O motante financeiro tem como limite máximo 2.500 euros para artistas e técnicos e 20 mil euros para estruturas de produção artística
 
As candidaturas deverão ser submetidas entre 30 de março e as 12 horas do dia 6 de abril e serão selecionadas pelo Conselho de Administração da Fundação Gulbenkian por proposta de um Júri constituído para o efeito.

Esta iniciativa enquadra-se no Fundo de Emergência, no valor total de cinco milhões de euros, criado pela Fundação Gulbenkian para dar resposta à pandemia provocada pelo novo coronavírus.
 
Todas as informações adicionais estão disponiíveis no site oficial da Fundação.
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A Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE) realiza esta terça-feira, pelas 20 horas, no Terreiro do Paço em Lisboa, uma ação pacífica, para chamar a atenção do Governo para um setor que se sente excluído dos mecanismos de apoio por causa da pandemia de Covid-19 e que se encontra "desesperado".

Usando os seus recursos técnicos, em forma de protesto, será reproduzido nas fachadas do Terreiro do Paço um vídeo mapping, com "imagens, vídeos e frases que refletem o estado de espírito do setor e que demonstram e sustentam o apagão económico que o mesmo está a sentir". Serão ainda colocadas várias instalações compostas por flight cases, com as insígnias das cerca de 140 empresas associadas.

Em comunicado, a associação afirma que "ao contrário de outros setores, não há uma data definida para a sua reabertura, nem uma posição concreta, por parte do Governo, quanto às medidas a adotar para mitigar os danos causados nesta indústria, que tem feito um elevado esforço financeiro para manter postos de trabalho e as respetivas estruturas. Falamos de milhares de técnicos de som, iluminação, vídeo, riggers, stagehands entre outros profissionais".

Segundo um inquérito realizado pela APSTE, durante o mês de maio, 93% das empresas associadas não efetuaram despedimentos até à data, mas 60% recorreram ao lay-off. Além disso, revela que 56% das empresas não têm liquidez para pagar os salários nos meses de agosto e setembro.
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A Direcção-Geral da Saúde (DGS) rejeitou esta terça-feira que tenha havido erro técnico no tratamento de dados dos eventos-piloto da Cultura, ocorridos em Abril e Maio, mas admitiu que o processo está demorado.

Numa declaração enviada à agência Lusa, a DGS afirmou que "os trabalhos de monitorização de potenciais casos de infecção de SARS-CoV-2, após a assistência aos eventos culturais piloto de Abril e Maio, estão ainda em conclusão".

Admitiu ainda que a monitorização, "é necessário fazer corresponder a informação de identificação que foi utilizada para aceder aos eventos com o número de utente do Serviço Nacional de Saúde, o que torna o processo mais demorado".

Fonte da DGS disse à agência Lusa que a demora não se deve a qualquer erro técnico ou informático, como foi apontado por associações representativas do sector dos espectáculos.

Entre abril e maio foram realizados quatro eventos-piloto em Braga, Coimbra e Lisboa, com plateia sentada e em pé, e com a realização prévia de testes de diagnóstico, gratuitos, aos espectadores, em colaboração com a Cruz Vermelha Portuguesa.

O objetivo destes eventos era definir, segundo o Governo, "novas orientações técnicas e a realização de testes de diagnóstico de SARS-CoV-2 para a realização de espectáculos e festivais".

Mais de um mês depois, não foram ainda divulgadas as conclusões desses eventos-piloto, porque está ainda a ser feita a correspondência entre de dados de identificação dos espectadores que se submeteram ao teste de diagnóstico.

Sobre os eventos-piloto, a Associação de Promotores de Espectáculos, Festivais e Eventos (APEFE) disse à agência Lusa que foi informada, na sexta-feira, de que teria havido "um problema informático" com os dados dos espectadores que participaram nos eventos-piloto.
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O Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor revelou esta semana que "os pagamentos no âmbito do programa Apoiar.PT, que disponibiliza 750 milhões de euros a fundo perdido a um vasto conjunto de atividades económicas, vão ocorrer na sua primeira tranche em dezembro". O anúncio foi feito após uma reunião tida na passada quarta-feira com os representantes da Associação Discotecas Nacional.

De acordo com João Torres, o programa já prevê, no caso dos estabelecimentos encerrados desde março, nomeadamente bares e discotecas, "uma majoração dos tectos de apoios de 50%".

"No caso das microempresas, bares e discotecas podem aceder a um subsídio a fundo perdido com um máximo de 11.250 euros e, nas pequenas empresas, esse montante vai até 60 mil euros", explicou.

João Torres sublinhou a importância da reunião, justificando que serviu para "perceber quais seriam as possibilidades de alguma forma poder ir mais especificamente ao encontro da situação muito difícil que vivem os estabelecimentos encerrados desde março de 2020".

Escusando-se a dizer que mais medidas podem ser tomadas para ajudar este setor, o Secretário de Estado avançou que o "anúncio de medidas às atividades económicas de natureza geral ou específica será feito brevemente pelo ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira".

Questionado igualmente sobre uma eventual data de abertura para os bares e discotecas, João Torres referiu ser "precoce e prematuro" avançar com qualquer cenário, reiterando que o Governo tem a "consciência do esforço muito grande" que estas empresas e os seus trabalhadores estão a fazer em prol da saúde pública.

O presidente da Associação Discotecas Nacional, José Gouveia, mostrou-se satisfeito à saída da reunião, considerando que ficou marcada "a abertura imensa do governo" em ouvir o setor das discotecas, que está inserido na animação noturna, "mas tem necessidades específicas" porque "está encerrado há 10 meses sem qualquer tipo de receitas e com custos imensuráveis".

"Todas as medidas tomadas inicialmente era com uma visão a curto prazo, entretanto passaram 10 meses e a perspetiva é irmos para o 15º mês. Não há perspetiva de abrir senão depois do segundo semestre [de 2021]", disse José Gouveia.

A ideia de José Gouveia prende-se com a previsão do plano de vacinação anti-covid-19, que, se "correr como previsto, só a partir do verão de 2021 estas empresas podem pensar em reabrir. Se correr melhor, poderá ser antes", acrescentou.

Segundo o empresário, é necessário "começar a revitalizar as empresas e a renascer as tesourarias que estão todas em falência técnica", lembrando que foram pedidos na reunião "apoios a fundo perdido, o ressarcir de alguns apoios que supostamente eram para curto prazo e depois alongaram-se".

No Apoiar.PT, os apoios são atribuídos sob a forma de subvenção não reembolsável e a taxa de financiamento a atribuir é de 20% do montante da diminuição da faturação da empresa, com o limite máximo de 7.500 euros para as microempresas e de 40.000 euros para as pequenas empresas, mas no caso das empresas cuja atividade principal se encontra encerrada administrativamente o limite máximo é alargado para 11.250 euros, no caso das microempresas, e para 60.000 euros, no caso das pequenas empresas.

Para se candidatarem, as empresas beneficiárias têm de ter situação líquida positiva a 31 de dezembro de 2019 e sujeitam-se a obrigações como não distribuir fundos aos sócios, não promover despedimentos coletivos e não extinguir postos de trabalho por motivos económicos.
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"Números dramáticos e preocupantes". Foi desta forma que os responsáveis pela Ticketline e Blueticket, descreveram a situação atual relativamente aos processos de bilhética em Portugal. 

Entre março deste ano, quando foi declarado o primeiro estado de emergência em Portugal, devido à pandemia de covid-19, e o passado mês de novembro, a Ticketline obteve uma receita de bilheteira de 5,312 milhões de euros, o que equivale a uma quebra de 90%, em relação aos 50,690 milhões de euros, obtidos em igual período (março a novembro) de 2019.

Quanto ao total de bilhetes vendidos, entre março e novembro deste ano, atingiram a casa de 643 mil, enquanto no mesmo período do ano passado foram vendidos mais de 3,964 milhões, o que representa uma quebra de 84%.

Por sua vez, a Blueticket refere à Lusa que entre março e novembro desde ano, os meses marcados pela pandemia, registou uma quebra de 82% na venda de bilhetes, face a igual período de 2019. Nestes meses totalizou 1,092 milhões de bilhetes vendidos, enquanto em 2019 a soma atingira as 5,997 milhões de unidades.

Sem referir montantes de faturação, a Blueticket afirma, porém, ter registado uma quebra de 78% entre março e novembro deste ano.

Já a Ticketline, por seu lado, refere que de março a novembro últimos, responderam "a mais 146 mil 'e-mails' de clientes", para "trocas e devoluções de milhares de bilhetes".

Além da diminuição de receitas e do total de ingressos vendidos, a empresa mostra-se ainda preocupada com "a queda do preço médio" dos ingressos, "na ordem dos 23%", o que "desvaloriza cada projeto" que, "na maioria, são de artistas portugueses".
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