Apenas chamam EDM a certos estilos musicais o que me confunde, levando a pensar que há estilos que são menosprezados, postos de lado, quando a arte é a mesma
Se a vontade é ser um DJ mainstream, tem que se conhecer e saber mais do que o TOP 100 do Beatport
Qual é o teu estilo, DJ? Acho que a resposta da maioria, se não é, deveria ser: "O que eu toco? Ou o que eu gosto?"
Com a mediatização que o papel do DJ teve nos últimos anos, era normal que houvesse este aumento repentino no número de DJs.
Sinceramente não tenho saudades da altura do vinil, até porque foram muitos quilómetros e horas a carregar malas de 120 discos.
Não existe a conexão, a sinergia, a emoção de estar frente a frente e em perfeita sintonia a cada beat que passa.
Temos muitos bons artistas em Portugal, de fazer inveja ao resto do mundo e refiro isto em todas as vertentes da electrónica. Agora, mais do que nunca, faz sentido dar prioridade ao produto nacional.
O facto de um DJ assumir a utilização de sync, não faz dele menos DJ do que um DJ que continue a trabalhar com vinyl.
As pessoas não querem muito saber se o DJ X ou Y toca em vinyl ou cd ou pen.
Existe ainda uma clara vontade de alguns players em quererem deter tudo no seu controlo e a não querer beneficiar daquilo que não comandam (...)
O "Top 100" da revista inglesa continua a ser a sua principal fonte de receitas, quer através da publicidade no formato físico, quer na sua página web e tornou-se numa das principais referências de quem contrata artistas para grandes eventos e festivais.
Há no entanto algumas diferenças entre os artistas de topo sobre a maneira como encaram a sua posição neste "Top 100". Enquanto alguns (como Dimitri Vegas & Like Mike, entre outros) gastam verdadeiras fortunas em campanhas online a pedir o voto e em publicidade, há outros que referem que "nunca pediram, nem vão pedir o voto para este tipo de votações". Ainda recentemente Martin Garrix o disse numa entrevista, apesar de ter sido o número um, três anos consecutivamente, 2016, 2017 e 2018.
Mas a realidade é mesmo essa, o "Top 100" da revista britânica há muito que não é um "Top 100 DJs" (apesar do nome) mas sim uma tabela de popularidade dos artistas!
Obviamente a popularidade dos artistas também vem do seu bom trabalho, dos seus bons sets nos grande eventos/clubes, do sucesso dos seus temas na rádio, nas listas de vendas, etc. Pelo menos deveriam ser esses os factores mais importantes, na minha opinião, para a popularidade do artista. Mas o certo é que se todo esse bom trabalho que o artista faz, nas várias vertentes, não for bem divulgado, à escala global, este não atinge a popularidade que necessita para um dia poder entrar numa lista como o "Top 100 DJs". Por isso, na minha opinião, há muitos anos que este "Top 100 DJs" é um concurso de popularidade e é assim que o devemos ver. (Os meus parabéns ao Kura e ao meu amigo Diego Miranda pelas posições #40 e #55).
Carlos Manaça
DJ e Produtor
www.facebook.com/djcarlosmanaca
(Carlos Manaça escreve de acordo com a antiga ortografia)
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