A rádio Nova Era lançou esta semana o passatempo “Melhor Ouvinte do Mundo Abre a Melhor Beach Party da Europa”, que dá a oportunidade a um DJ e produtor de atuar no mesmo palco que Steve Angello, Dimitri Vegas & Like Mike ou R3hab, nos dias 3 e 4 de julho, na Praia do Aterro, em Matosinhos.
 
Para participares no concurso, consulta o regulamento na página oficial da Nova era. Numa das edições anteriores deste passatempo, o vencedor foi Francisco Cunha, que lançou recentemente o seu primeiro single.
 
A Nova Era Beach Party já está em contagem decrescente e o line up já está completo. Os bilhetes estão disponíveis em pré-venda até ao dia 31 de maio nos locais habituais, entre os 15 (bilhete diário) e os 25 euros (passe geral).
 
 
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A quarta edição do festival Dancefloor, em Leiria, decorreu no passado fim-de-semana, nos dias 27 e 28 de julho no estádio municipal Dr. Magalhães Pessoa com um cartaz diversificado, mas com destaque para o hardstyle.
 
Nicky Romero, Borgore, Blasterjaxx, NEW_ID e os portugueses KEVU foram alguns dos artistas que subiram ao palco do Dancefloor, que teve o Portal 100% DJ como Media Partner Oficial.
 
O género hardstyle, que tem vindo a aumentar a sua notoriedade e público, foi o ‘rei’ deste evento que promete voltar e crescer no próximo ano, para ser “a meca nacional” deste estilo, mas sem esquecer a chamada ‘EDM’.
 
Além das atuações ao vivo, o festival contou ainda com o evento Be Fit, que transformou o estádio da cidade de Leiria num ginásio gigante ao ar livre, com aulas de Zumba, Body Pump, Body Attack e Cycling.
 
Para os festivaleiros que estiveram a acampar na Praia do Pedrógão, a festa começou mais cedo com um sunset no dia 26 de julho, com atuações de Rob Willoe, Madara e Solberjum.
 
Para inaugurar o palco do Dancefloor no dia 27 de julho, subiram ao palco os artistas Solberjum e Madara, que ficarem encarregues do warm up de dois dias que se adivinhavam épicos.
 

 
Após a atuação de Vendark, João Rosário dos KEVU subiu ao palco com um set enérgico e repleto de drops que puseram o público presente a saltar. No final, ainda houve tempo para apresentar a música oficial do Dancefloor, uma colaboração com Vendark, intitulada “Be Free”.
 

 
Seguiu-se Will Sparks, que já tinha o público bem preparado para a sua atuação. Os efeitos especiais, C02, confetis, lasers, fogo e pirotecnia foram cada vez mais utilizados, levando os festivaleiros à loucura.
 

 
A dupla VINAI subiu posteriormente ao palco do Dancefloor, com um dos membros a vestir uma camisola da Seleção Portuguesa de Futebol, numa demonstração do carinho que os artistas italianos têm pelo público nacional. Os drops de todas as faixas eram acompanhados por saltos dos presentes, bem como as letras que os festivaleiros tinham na ponta da língua.
 

 
E chegou o momento que muitos esperavam: o regresso de Nicky Romero a palcos portugueses. A ansiedade era sentida e notável no público, que recebeu o artista de braços abertos, em euforia. O fogo de artifício fez-se ver no ar e todos puderam dançar e cantar os êxitos do momento e alguns clássicos. Na fila da frente, houve quem usa-se a famosa máscara dos Anonymous ou do V de Vendetta, usada no videoclip de “Toulouse”.
 

 
A noite já era longa e o hardstyle ocupou lugar no palco do Dancefloor, com as atuações de Noisecontrollers e Zatox. As batidas agressivas deste género musical que está a tornar-se popular entre os amantes de música eletrónica contagiaram o público, que reagia a cada faixa que era reproduzida. Muitos eram aqueles que envergaram com muito orgulho as bandeiras referentes ao hardstyle.
 

 
Se o primeiro dia do festival já tinha um bom cartaz, o segundo ainda elevou mais a fasquia. Depois do warm-up feito pelos mesmos artistas do dia anterior, Alecks subiu ao palco antes da atuação de NEW_ID.
 

 
Para quem não conhecia ou nunca tinha assistido a uma performance de NEW_ID, o artista surpreendeu todos os presentes pela positiva. Foi um set pensado, com uma seleção musical feita a rigor, desde os hits da atualidade até aos clássicos. NEW_ID foi dos que mais agradeceu ao público, através de gestos, sorrisos e palavras.
 

 
O dubstep também teve lugar no Dancefloor, com Borgore. Depois da sua atuação no Lick, no Algarve, o DJ israelita encantou os amantes de música eletrónica que estavam no estádio de Leiria, desde os mais novos até aos mais velhos. Bandeiras, cartazes e t-shirts com o seu nome eram muito visíveis na frontline.
 

 
Seguiu-se Tujamo, que continuou a festa que já estava a ficar memorável, mas que não ia ficar por ali. Os efeitos especiais cada vez mais levavam o público à loucura, antes da entrada do convidado especial: Carnage.
 

 
Depois da sua atuação na EDP Beach Party, Carnage ganhou uma grande legião de fãs portugueses que não saíram da frente do palco por nada. A sua atuação foi acompanhada por todos bem de perto, com direito a vários momentos de mosh pit, impressionantes para quem via de cima, desde a zona VIP.
 

 
Os cabeças de cartaz, Blasterjaxx, sobem ao palco apenas com a presença de Thom, mas mais uma vez sem desiludir. O ambiente vivido no relvado do Dancefloor era de invejar, ond era possível sentir uma energia única e uma única paixão: a música eletrónica.
 

 
Por fim, a dupla Audiotricz encerrou a edição deste ano do festival Dancefloor com muita música hardstyle, levando os fãs do estilo à loucura, mais uma vez, depois do aquecimento de Carnage. No final, fizeram questão de descer do palco e trocar algumas palavras com os fãs, além das habituais selfies e autógrafos.
 

 
Durante os dois dias de festival, o estádio de Leiria recebeu cerca de 15 mil amantes de música eletrónica e a organização já está a preparar a edição de 2019, que promete ser ainda melhor.
 
Até para o ano, Dancefloor!
 
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A organização do festival Vidigueira Jovem anunciou os primeiros artistas que irão pisar o palco da edição deste ano. A vila alentejana recebe o evento nos dias 9 e 10 de setembro.

Para o primeiro dia está confirmada a presença de um dos ilustres nomes da nova geração do Hip-Hop português, Lon3r Johny. No dia seguinte, 10 de setembro, o palco será ocupado pela parceria Mundo Segundo & Sam The Kid, Domingues, artista da música moderna portuguesa e o DJ Christian F, presença assídua no TOP 30 da 100% DJ. A 13 de junho a organização promete divulgar novos artistas.

Além do campismo, os festivaleiros poderão experienciar várias atividades de entretenimento, artes performativas, arte urbana, workshops e atividades radicais.

Os bilhetes já se encontram à venda na Bilheteira Online com valores que oscilam entre os 20 euros (bilhete diário) e os 30 euros (passe geral) com direito a campismo e piscina grátis. Existem ainda bilhetes VIP a 60 euros.
 
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terça, 26 junho 2018 23:01

RPMM Festival anuncia line-up completo

A primeira edição do RPMM Festival, que vai decorrer nos dias 28 e 29 de julho, no edifício da Alfândega do Porto e noutros locais como o Industria Club, Gare, Cais Novo e Palácio Ateneu, acaba de completar o seu cartaz.
 
Entre os artistas confirmados constam nomes como Jackmaster, Matt Tolfrey, Matthias Tanzmann, Margaret Dygas, Rui Vargas, Pixel 82, Sum M e Heartbreakerz.
 
No dia anterior ao evento, a organização convida os portadores dos passes VIP para uma pré-party, que vai decorrer na Quinta de Santo António com Michael Bosacki, Ollie Mundy e Twenty 2 numa festa na piscina.
 
Os bilhetes encontram-se à venda a no site oficial do festival e na Ticketline com preços entre os 45 e os 170 euros. O Portal 100% DJ é Media Partner Oficial do evento.
 
Confere abaixo o cartaz completo:
 
28 JULHO
Das 12h00-00H00
 
Main Stage 
Guy Gerber 
Âme (Dj set) 
Matt Trolfrey 
Matthew Dear (Live) 
Pixel 82 
Alfonsvs
Room 2 Meoko 
Barac 
Varhat 
Geddes 
Joseph Williams 
Cleymoore
 
VIP Stage 
Lundi Bleu 
Port du Soul
 
RPMM OFF PARTIES 
Das 00h00 – 06h00
 
INDUSTRIA CLUB por RPMM & Half Baked label (UK) 
Margaret Dygas 
Robin Ordell 
Vasco Valente
 
Gare Porto por RPMM & Ibiza Voice 
Darius Syrossian 
Mella Dee 
Jesse Calosso 
Yassine
 
Cais Novo por RPMM & YOU ARE WE (UK) 
Matthias Tanzmann 
Wildkatz 
Ashley Wild
 
Palacio Ateneu por RPMM & Antena 3 “10 years of N19” 
Rui Vargas 
Art Department 
Nittin
 
29 JULHO
Das 12h00-23H00
 
Main Stage 
Jackmaster B2B Jasper James 
Damian Lazarus & The Ancient Moons 
Francesca Lombardo 
Diana Oliveira 
Heartbreakerz 
SuM
Room 2 Meoko 
Ari Girão 
Luca Cazal 
D’julz
 
VIP Stage 
Lundi Bleu 
Port do Soul
 
RPMM OFF PARTIES 
Das 00h00 – 06h00
 
Cais Novo 
Sala RPMM & MusiK@ll 
Switchdance 
La Fleur b2b B. Traits 

Sala RPMM Closing Party 
Adam Curtain 
Alexis Raphael 
Death on the Balcony 
Hefe (live) 
Tone of Arc (Live) 
Kenny Glasgow 
Max Chapman 
Ricoshei 
Robbie Akbal 
Russ Yalop 
Smash TV 
Death on the balcony 
Miguel Puente 
Photonz 
Violet 
Sara Abdul
 
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Com a implementação da nova lei a partir de amanhã, que proíbe os menores de 18 anos de consumir qualquer bebida alcoólica, os promotores dos festivais de música começaram agora a definir novas estratégias, que podem passar por colocar pulseiras especiais apenas a quem tenha atingido a maioridade.
 
Em declarações à Agência Lusa, Luís Montez promotor da Música do Coração, confirmou a implementação das pulseiras especiais aos maiores de 18 anos, que lhes permite consumir bebidas alcoólicas, nos festivais Super Bock Super Rock e MEO Sudoeste.
 
As pulseiras serão colocadas mediante a apresentação de um documento de identificação, em localizações especiais nos recintos dos eventos. Até ao momento, festivais como o Sumol Summer Fest ou o Paredes de Coura ainda não têm decisão final tomada em relação a esta nova estratégia.
 
Segundo o promotor João Carvalho, do festival Paredes de Coura, em delarações à Lusa, a pulseira pode também ser apenas atribuída a menores de 18 anos após a apresentação do bilhete de identidade.
 
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) vai reforçar a fiscalização com o começo da época dos festivais de verão, controlando também o consumo de álcool por adolescentes.
 
Este sistema já é utilizado há algum tempo em países como os Estados Unidos da América, em eventos que aceitam menores de 18 anos.
 
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Hoje é um dia decisivo para os festivais de verão em Portugal, uma vez que o governo, após o Conselho de Ministros, anunciará novas medidas tendo em conta o contexto atual de pandemia. De acordo com uma análise da CISION, o seu cancelamento representará para as marcas que patrocinam os dez festivais portugueses mais mediáticos, uma perda de retorno mediático superior a 190 milhões de euros.

O fim do estado de emergência marcou o início do desconfinamento e a reabertura gradual da economia, que procura responder agora à crise provocada pelo novo coronavírus. Na realidade, como afirmou o primeiro-ministro, na passada semana, "enquanto houver COVID, não haverá vida normal".

De acordo com a projeção da CISION, em condições normais, em 2020, os festivais mais mediáticos seriam o Rock in Rio, NOS Alive, MEO Sudoeste, Super Bock Super Rock, Vodafone Paredes de Coura, O Sol da Caparica, NOS Primavera Sound, EDP Vilar de Mouros, MEO Marés Vivas e EDP Cool Jazz.

Recorde-se que os promotores dos festivais estiveram na passada semana reunidos com António Costa, os Ministros da Cultura, Saúde e Economia. À saída do encontro e respondendo aos jornalistas, Graça Fonseca não quis adiantar se haverá ou não condições para se realizarem alguns dos festivais ainda agendados e que geralmente concentram milhares de pessoas.

Rock In Rio, Boom Festival, Tremor, Festival do Crato, Sou Quarteira e North Music Festival cancelaram as suas edições para este ano. Por seu lado, o NOS Primavera Sound, no Porto, reagendou a sua edição para o próximo mês de setembro.
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A edição deste ano do RFM SOMNII – O Maior Sunset de Sempre, que vai decorrer na Praia do Relógio, na Figueira da Foz entre os dias 6 e 8 de julho, acaba de apresentar o cartaz completo com dois novos artistas portugueses.
 
Trata-se de Pete Tha Zouk e Pedro Cazanova, que vão subir ao palco do festival de verão nos dias 6 e 7 de julho, respetivamente, a convite da dupla Rich & Mendes, DJs residentes do evento. No line-up constam ainda nomes como Axwell /\ Ingrosso, Steve Angello, Yellow Claw, Gregor Salto, Chocolate Puma, entre outros.
 
Os bilhetes estão à venda nos locais habituais a preços entre os 25 e os 61 euros.
 
Confere abaixo o cartaz completo nos respetivos dias:
 
6 de julho:
Yellow Claw
Angerfist
Curbi
GTA
Quintino
Tom Staar
Pete Tha Zouk
Rich & Mendes + Guests
 
7 de julho:
Axwell /\ Ingrosso
Chocolate Puma
Gregor Salto
Moksi
Slushii
Ummet Ozcan
Pedro Cazanova
Rich & Mendes + Guests
 
8 de julho:
Steve Angello
Alan Walker
Brooks
Cesqeaux
Corey James
Garmiani
Rich & Mendes + Guests
 
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No passado sábado, 2 de julho, escreveu-se mais uma página na história do Sound Waves, com a odisseia de 21 horas a reunir, em Esmoriz, cerca de quatro mil ravers. Depois de dois anos à espera para estarem juntos, os festivaleiros festejaram como nunca e permitiram alcançar ao festival, o carimbo da melhor edição de sempre para o ano de 2022, algo que ficará como um marco na existência do evento.

O recinto do Sound Waves com 7500 m2, decorado com as cores do evento (preto e vermelho), vibrou das 16 horas de sábado, de 2 de julho, até às 13 horas de domingo, 3 de julho. No local dois palcos marcavam a grande diferença de anos anteriores. O Mainstage que recebeu o line up principal com os internacionais Ben Klock, Boston 168, Dave Clarke, Planetary Assault Systems aka Luke Slater, SNTS, Stella Bossi, Toni Alvarez e os portugueses Carol D’Souza, Carlos Manaça, Du/Art, Danni Gato, Link98, Miss Sheila e o Nuno Clam. Já o Circus Stage, serviu como de rampa de lançamento para novos artistas nacionais. No total foram 37 artistas e 35 atuações, divididos entre os dois palcos que estiveram a fazer as delícias da audiência. 

Na 15.ª edição do Sound Waves, além do público português, estiveram presentes festivaleiros oriundos de vários países como Espanha, Holanda, Alemanha, entre outros.

Em 2023 o festival promete voltar para festejar os 18 anos de existência e a organização adianta que está prevista a realização da 16.ª edição para as duas primeiras semanas de julho onde, mais uma vez, os ravers juntos, como uma verdadeira grande família que são, vão mostrar a sua paixão pelo techno e pelo underground naquela que é a maior rave em Portugal.
 
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Os campistas do MEO Sudoeste vão ser muito bem recebidos na edição deste ano. Os DJs e produtores portugueses Francisco Cunha e Ben Ambergen estão encarregados de animar a noite de receção aos festivaleiros no dia 7 de agosto.
 
As atuações irão decorrer no palco Super Bock e no line up consta ainda Mc Fioti, numa noite que tem o carimbo da rádio Mega Hits. Esta vai ser a segunda vez que os artistas portugueses estão presentes no MEO Sudoeste.
 
O cartaz do festival da Zambujeira do Mar conta ainda com nomes como Hardwell, Marshmello, Don Diablo, Karetus & Friends, entre muitos outros, de 7 a 11 de agosto. Os bilhetes encontram-se à venda nos locais habituais.
 
Relembre-se que Francisco Cunha ficou colocado em 19º lugar do TOP 30 do Portal 100% DJ de 2017, enquanto que Ben Ambergen chegou à posição número 13º na edição de 2016.
 
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Nos últimos meses a pandemia de COVID-19 tem condicionado o nosso dia-a-dia. Nada é feito como antes. Há regras para tudo e o afastamento social é prioritário. Não foi preciso muito para o sector dos eventos parar. Fechou literalmente portas e tirou o sustento de milhares de profissionais, quer sejam eles artistas, promotores, empresas de audiovisuais e multimédia. Até 30 de setembro a realização dos festivais de música está também suspensa, à espera de melhores dias. Adivinha-se uma recuperação demorada e alguns festivais poderão deixar de existir, uma vez que este ano não existe qualquer fonte de receita. De forma a entendermos tudo o que se está a passar neste “ecossistema” que sobrevive da proximidade e interação de todos, falámos com Ricardo Bramão, diretor da APORFEST, a Associação Portuguesa de Festivais de Música. Falou-nos das suas preocupações, dos eventos que já foi obrigado a cancelar e da reunião que teve com o governo.
 
Também na Aporfest tiveram de adiar o Talkfest e os Iberian Festival Awards. Que fatores tiveram em conta nesta decisão? 
Tivemos que adiar os eventos precisamente na semana em que tudo se despoletou. Era algo que já estávamos a preparar, mas tínhamos um plano B, pois o evento ia realizar-se num local de maior dimensão, na FIL. Portanto, se não fosse possível realizar num local que tivesse tanta gente, tínhamos de ter um plano B. Direcionamos o evento para outro local, mantendo todas as datas previstas, só que depois algumas entidades internacionais já não poderiam vir, muito público estrangeiro também, o próprio staff começava a ficar preocupado. Todas estas situações ditaram o adiamento do evento. Tínhamos o evento todo estruturado e os prémios à espera de serem entregues. O nosso intuito até há bem pouco tempo era realizar uma edição totalmente igual daquela que estava prevista, mas obviamente que vamos ter de alterar algumas coisas perante a atualidade. O mundo dos eventos mudou e nesta situação todos vão planear e realizar as suas coisas de forma diferente, portanto o Talkfest também tem de se alterar e adaptar. 

Na sua próxima edição, em Outubro, que alterações podem vir a sofrer o Talkfest e os Iberian Festival Awards?
Tudo aquilo que temos vai sempre adaptando-se. No Talkfest vamos discutir a atualidade e inserir novas temáticas. Até aqui sempre privilegiámos muito a parte física e a presença das pessoas, mas o Talkfest altera-se perante a atualidade e aquilo que faz mais sentido de um ano para o outro. É uma questão de adaptação e nós também temos de nos adaptar, a situação assim o exige. A gala, essa sim, possivelmente para o ano não se vai realizar, pois este ano também não há festivais, ou se se celebrar, será de uma forma totalmente diferente porque os festivais que vão existir, serão também eles diferentes. É algo que ainda estamos a pensar. Vai ser um ano de exceção.
 

Quais são as maiores preocupações dos promotores dos festivais?
Esta situação está a fazer com que todos os promotores estejam expectantes sobre aquilo que é possível fazer. Todos têm vontade de fazer algo perante as condições sanitárias que serão impostas.
Nesta área os artistas também não estão a atuar. Inicialmente a questão do online funcionou, mas hoje os artistas já perceberam que esse formato não pode ser eternamente gratuito, se não estamos a gerar no público um hábito que depois não conseguimos voltar para trás. A mesma coisa que se os festivais ou outros eventos fossem gratuitos, depois não conseguimos que que o público pague e valorize um bilhete. Portanto, têm de ser criadas novas formas de rentabilidade do artista, do promotor, dos media, que permitam todo este ecossistema sobreviver e se adaptar. Infelizmente esta situação aconteceu, como aconteceu a crise de 2008. Foi após essa crise que se deu o grande boom dos festivais. Já passámos quase duas crises e há outras gerações que não passam nenhuma, mas quem conseguir superar esta, vai ter muito mais defesas e muito mais forma de conseguir ser bem-sucedido no futuro. O que se fez de início a nível da cultura ou daquilo que foi anunciado, relativamente às linhas de financiamento que iam apoiar os artistas, isso pouco ou nada se viu. Na verdade ou ainda não surgiu ou aquilo que aconteceu, não foi como foi dito. Posso dizer que vou apoiar os artistas, mas se nada acontecer, se nada for feito, essas palavras caem em saco roto. Existe muito esse sentimento. Há muitas questões a nível dos eventos que temos vindo a lutar, nomeadamente para os festivais e promotores terem mais benefícios quando retomarem as suas ações, por exemplo no pagamento de direitos de autor, direitos conexos, etc. São essas questões que queremos que sejam analisadas. Todos querem começar a arregaçar as mangas, mas uma linha de crédito significa isso mesmo: um crédito, um novo endividamento para quem já está endividado. Portanto, será muito difícil, apesar de perceber que não pode ser sempre uma linha de financiamento a fundo perdido. Nós por exemplo perdemos algumas questões de viagens, alojamentos e outras despesas que não conseguem ser recuperadas, porque mesmo que o nosso evento ocorra em outubro, temos de montar novamente uma máquina. São custos que não conseguem ser retirados, ou seja, se me derem apoios, se eu ver mais-valias nalguma questão, consigo mitigar alguns custos que vou ter de uma edição que não tem a sua rentabilidade como as outras. Há de facto muita discussão nisto, falamos de uma área em que as empresas quase só têm um colaborador ou sócio-gerente e portanto também não podem ser colocadas em layoff como outras empresas que têm 100, 200, 500 colaboradores. Há muito esta questão e esta área que vive muito da presença física. Isto serviu para esta área estar mais coletiva do que nunca, para estar junta, mas acho que há aqui um grande caminho a percorrer, não só por parte dos próprios profissionais como pelo governo. Verificamos que esta questão também ao ser dos artistas e dos promotores era uma área que se calhar não estava tão profissionalizada como deveria estar e era altura de pensarmos nisso já, e não como foi até aqui. Se estivéssemos preparados há uns anos não estaríamos nesta situação.
 

"Até que ponto vamos viver da mesma forma que vivíamos antes os festivais, até que ponto vamos estar à vontade para estar com pessoas que não nos são conhecidas e fazer o mesmo tipo de comportamentos (...)"


É um facto que esta foi a primeira área a parar...
Os eventos foram claramente os primeiros a parar, porque foi o primeiro receio. Certo é, e disso não há dúvidas - vai ser a última a ser relançada como deve ser. Porque uma coisa é nós sermos profissionais e querermos produzir os nossos eventos, outra coisa é irmos enquanto público. Até que ponto vamos viver da mesma forma que vivíamos antes os festivais, até que ponto vamos estar à vontade para estar com pessoas que não nos são conhecidas e fazer o mesmo tipo de comportamentos ou não que se fazia antes e que distinguia esta área, e isso sim, acho que vai demorar muito e não serão meses, mas talvez anos, até voltarmos a poder ter esses comportamentos. 

Que tipo de apoio estão os promotores a pedir? 
Já tivemos vários pedidos, nomeadamente informativos, jurídicos e algumas questões sociais, ou seja, de situações de alguma carência a nível pessoal e profissional em que o nosso fundo social pôde ser despoletado para suprimir uma parte dessas questões. 

Quantos festivais já foram cancelados e/ou adiados? 
Até ao momento 46 festivais foram cancelados e 14 adiados.

Considera que há festivais em risco de não se realizarem no próximo ano?
Não se realizarem no próximo ano e não se realizarem nunca mais. Por vezes quando falamos de certos pequenos festivais em que estão no limite, é muito difícil retomar a seguir, tendo aqui um ano de paragem, não só porque muitos desses festivais vivem com pouca receita, mas também muito pelo amor à camisola. Vimos portanto que há alguns festivais que vão ter muita dificuldade e poderão não acontecer. Sei até de alguns casos que muito dificilmente vão retomar, porque antes de acontecer esta situação, já tinham uma situação difícil.
 
Como está a questão da venda de bilhetes? Houve quebra de bilhetes vendidos desde que se registou um maior número de casos em Portugal?
Houve de facto uma grande quebra nos bilhetes. Por exemplo na See Tickets - com quem trabalho - não se vende bilhetes desde há dois meses. Aquilo que devia ser uma ótima altura de venda para eventos como o Rock in Rio, o Alive e outros festivais, hoje, simplesmente não existe. Porque o público também não sabe o que vai acontecer. Não é, não gostar ou gostar de um determinado evento. É não saber se se pode ir ou não da mesma forma. Porque pode-se gostar muito de um festival mas se soubermos que a experiência que vai ser oferecida vai ser diferente, possivelmente pode perder-se o interesse em estar presente nesse festival. 

Relativamente ao reembolso dos bilhetes, a APORFEST concorda com aquilo que foi aprovado em Assembleia da República?
Concordamos com a maioria do projeto-lei apresentado tendo aproveitado este momento para propor algumas melhorias e criar uma base de sustentabilidade futura ao setor e todos os seus profissionais. Sabemos que as operações dos festivais correm um grande risco e que é necessário algum dinheiro, se não, não conseguem realizar-se. Mas há exceções. Por exemplo o Primavera Sound de Espanha não esperou pela questão governamental para poder devolver o dinheiro e deu um sinal ao seu público. Assumiu o risco e quis dar já o reembolso de forma a não matar já o evento no futuro. 
 

Tudo aquilo que está previsto este ano, é para existir no próximo. Será como um 'replicar' tudo para o próximo ano.

 
Vai ser difícil manter os já anunciados cartazes para o próximo ano?
Acho que não vai ser tão difícil, porque o sector claramente parou. Para todas as entidades foi quase como um ano que não existisse. Tudo aquilo que está previsto este ano, é para existir no próximo. Será como um "replicar" tudo para o próximo ano.

Os festivais mais mediáticos deixaram em aberto uma decisão final até ser aprovado o decreto-lei. Ou seja, davam a entender nos seus comunicados que os eventos não estavam totalmente cancelados quando já se sabia qual o desfecho...
Foi para no fundo poderem tirar uma decisão com base em fundamento governamental, que é a maior entidade responsável por todos nós. Apesar de se adivinhar a decisão, é agora uma informação que passa a estar vinculada e baseada numa entidade governamental que torna mais forte e credível a decisão. 

Todos os festivais de verão estão cancelados?
Não sei se serão todos, mas quanto maior for o festival, maior é a probabilidade dele não acontecer este ano. Aquilo que está a ser feito por grande parte de todos os promotores, é encontrarem soluções que possam ser paralelas aos festivais, como showcases e outras ações que surgirão este ano. Os festivais como os conhecemos não irão existir, mas vão haver ações que os possam substituir, perante as recomendações da DGS, em salas, com lugares marcados, etc.

No entanto, não faz sentido chamarmos festival a um evento numa sala...
É por isso que este ano irão surgir conceitos novos e diferentes que certamente vão singrar para o próximo ano. Vão conseguir tornar-se fortes este ano e crescer no próximo. Será um trabalho que todos vão claramente otimizar. 

Nas últimas semanas multiplicam-se as iniciativas online nas redes sociais. Existe alguma que queira destacar? 
Não acompanhei muitas. Fizeram-me sentido algumas como o Festival Liv(r)e que celebrou o 25 de abril com concertos e doações. Mas também não podemos chamar "festival" a algo que foi produzido em casa, que não tem técnicos de som, de luz, etc. Por isso é que considero que vão aparecer outros fenómenos não se chamando festival, e a componente online passa a ser fundamental num festival para conteúdos extra, conteúdos premium, para backstages. Penso que a partir de agora também aprendemos que o online é muito importante ser um "plus" que nos vai ligar a um festival, mas nada substitui a experiência ao vivo. 

 

DR

Numa fase pós COVID-19, que tipo de medidas pode ou deve um festival impor ao público? 
Vai haver um cuidado cada vez maior no planeamento. Por exemplo verificar a temperatura corporal das pessoas que entram num festival, estar atento a mais sinais perante situações de possível propagação de um vírus. A questão da segurança no seio dos próprios festivais será mais tida em conta e isso vai fazer com que existam mais custos associados ao festival, mas obviamente que serão para evitar uma situação negativa. Da mesma forma que os promotores se protegeram e adaptaram quando foi a questão do terrorismo. Houve mais interligações com as entidades de segurança e isso vai ser sempre necessário. Acho que haverá mais cuidados com o público, a questão da temperatura corporal, ter acrílicos de proteção, o espaçamento entre o próprio público, vão aparecer câmaras térmicas e várias soluções que podem ser aplicadas ou não pelo promotor. Importa é perceber quais serão obrigatórias e regulamentadas. 


As medidas de desconfinamento apresentadas pelo governo propõem que as salas de espetáculos reabram a 1 de junho com lugares marcados e lotação reduzida. Compensa aos promotores realizar espetáculos com estas condicionantes? 
Todos vão ter que ceder e o artista vai ter que ganhar menos, porque também está a comunicar para menos pessoas. O promotor vai ter uma menor rentabilidade, os custos da sala também têm de ser reajustados, portanto tudo tem de ser ajustado num cariz de exceção. Vai ter que se apostar menos nos audiovisuais e quem aluga salas terá de ter porventura menos receita e o promotor pensar que vai ter menos garantias de bilhética. É importante que haja uma concordância entre todos para ter o possível e ser melhor do que nada.
 

"Todos vão ter que ceder e o artista vai ter que ganhar menos, porque também está a comunicar para menos pessoas. O promotor vai ter uma menor rentabilidade, os custos da sala também têm de ser reajustados (...)"


A redução de lugares significa aumento no preço dos bilhetes?
Acho que os preços não podem aumentar e se pudessem teriam de ser mais baixos. Na perspetiva do público, não posso sentir a mesma adrenalina se não estou com o mesmo número de público ou até mesmo com uma pessoa ao meu lado. A somar a isso está o poder de compra que não será o mesmo de costume. Aumentar o preço dos bilhetes não é aceitável nesta fase. Mas também depende, pois há eventos que já têm um valor elevado nos bilhetes e esta poderá ser uma oportunidade para o público valorizar mais o artista que tem à frente. Por outro lado, possivelmente eventos que antes eram gratuitos podem agora ter 2 a 5 euros de entrada.

A APORFEST foi uma das entidades ouvidas pelo governo. Como correu esse encontro e quais as principais ideias retiradas?
O encontro foi positivo e notou-se uma clara perceção por parte de todos os grupos parlamentares daquilo que são as especificidades do setor. Acreditamos que o projeto-lei pode ser melhorado e a partir daqui serem trabalhadas mais-valias para o sector como a criação de um fundo de garantia para todos, com o intuito que alguma situação análoga no futuro tenha menos incidência no sector.

O que gostaria de acrescentar?
Estão a ser meses penosos e com mais trabalho do que pensaríamos, mas sentimos que as pessoas querem estar juntas no Talkfest em outubro. Nestes últimos meses não temos trabalhado tanto na ótica do associado, mas sim para uma área que queremos que não feche, que gostamos e que muitas das vezes levamos com muito amor à camisola. Neste momento não há tanto a questão do associado. É trabalhar em conjunto para depois podermos estar cá e diferenciar-nos por isso.
 
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